Advogado contesta versão da polícia e diz que delegado vivia vida humilde
O advogado do delegado preso em Guarujá, no litoral de São Paulo, pelo seu suposto envolvimento com o tráfico de drogas, afirma que o suspeito, Eduardo Wagner, não é mencionado em nenhum momento nas ligações grampeadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Polícia Civil. Armando de Mattos Junior diz ainda que seu cliente vivia uma vida simples e humilde.
Eduardo foi preso na noite desta segunda-feira (3) em operação realizada pelo Gaeco, com apoio do Batalhão de Ações Especias (Baep) da Polícia Militar e da Guarda Municipal deGuarujá. Além do delegado, outras seis pessoas foram detidas na ação. Segundo a polícia, Wagner tinha o hábito de 'ostentar' seu estilo de vida pelas redes sociais.
Armando defende que o delegado trabalhava na função há pouco tempo e que é inocente. “Posso afirmar que não existe nenhuma ligação dele com traficantes”, ressalta. Além disso, o advogado revela que já entrou com um pedido de revogação da prisão provisória do suspeito. “Eu creio que o juiz da 3ª Vara de Guarujá se manifeste até sexta-feira (7)”, explica.
De acordo com o advogado, a família está do lado do delegado, que até o momento segue preso em São Paulo, e nega que ele leve uma vida de luxos. “Os familiares sabem do padrão de vida dele. O Eduardo comprou um apartamento financiado em 30 vezes, sem móveis até o momento, e possui um carro popular”, conclui.
Caso
Sete pessoas foram presas nesta segunda (3) e terça-feira (4), entre elas duas mulheres, após uma operação realizada pelo Gaeco. Dos nove mandados de prisão expedidos, três suspeitos não tinham sido encontrados pelos policiais durante a manhã de terça-feira. Os agentes retonaram ao bairro Santa Cruz dos Navegantes no início da tarde e conseguiram capturar mais um homem envolvido no esquema. Ele é apontado como o chefe do tráfico de drogas naquela região.
A Corregedoria da Polícia Civil informou, em nota, que as prisões fazem parte de uma investigação sobre o desvio de 7kg de cocaína e 700 gramas de maconha por parte de policiais civis e que o delegado seria um dos integrantes do esquema. Um casal, também detido durante a operação, teve R$ 10.260 em dinheiro apreendidos, além de um notebook e um tablet, seis aparelhos celulares, extratos bancários e cadernos com anotações.
Todo o material apreendido e os seis acusados foram levados para a Delegacia Sede da cidade. Já o delegado Eduardo Wagner foi transferido para São Paulo.
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