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Quarta - 05 de Novembro de 2014 às 20:38

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Pela primeira vez em 26 anos, torcedores de todo o mundo que vierem para São Paulo assistir ao Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 não terão um de seus principais templos de peregrinação: a Torcida Ayrton Senna, onde eram expostas relíquias do tricampeão mundial. Fundada pelo advogado Adilson Carvalho de Almeida em 1988, a TAS fechou as portas em julho deste ano. O motivo: a família do piloto pediu de volta o imóvel onde ficava a sede. Agora, todo o acervo está à venda.


“Eu imagino que tenha sido uma decisão unilateral da Viviane Senna. Nós ficamos um ano no imóvel do pai do Senna, em Santana. E quando eu fui para lá, no ano passado, o pai e a mãe dele disseram que eu poderia ficar o tempo que quisesse. Então me surpreendeu. Em julho, a Viviane me chamou para uma conversa e eu nem imaginava que fosse isso. Ela simplesmente me pediu o imóvel porque eles iam precisar para uso da família, o Leonardo Senna iria montar a empresa dele lá. Mas não aconteceu até agora e a casa está do mesmo jeito”, falou Almeida ao iG Esporte.


“Ela pediu um mês para eu sair de lá. Eu ainda pedi três meses, mas tive que sair correndo porque ela simplesmente me notificou por advogado. Eu tive que arrumar um imóvel às pressas porque ela só tinha me dado 30 dias”, prosseguiu o advogado.

Almeida criou a TAS à distância com amigos que moravam em Brasília. A proximidade com Ayrton fez com que a sede da torcida migrasse para São Paulo. O advogado conheceu o piloto em 1985. O primeiro ano recebeu a adesão de 18 mil fãs. A amizade com a família Senna fez com que ele conseguisse juntar objetos pessoais e fotografias, sejam da intimidade ou nas pistas.

Parte do acervo da Torcida Ayrton Senna:
Alguns óculos que Ayrton Senna gostava de usar fazem parte do acervo da TAS.

O acervo transformou a sede da TAS em uma espécie de santuário para quem assistia às corridas de Senna nas manhãs ou madrugadas de domingo. Após a morte do tricampeão mundial, 20 anos atrás, a torcida seguiu em atividade abrindo suas portas para visitantes de todo o planeta, sobretudo em semanas de GP do Brasil. Mas isso agora é passado.

“A Viviane não extinguiu a torcida. A decisão de extinguir foi minha. Ela disse que a gente poderia continuar nas redes sociais com a TAS, de maneira virtual. Eu não achei justo, porque foram 26 anos de atividade que sempre deram certo dessa maneira. Por exemplo, os turistas que estão vindo para o GP do Brasil não têm um lugar para ver nada do Senna. Não tem uma exposição. Nós que fazíamos. Então eu disse a ela que sem uma sede era melhor fechar. Ela ainda falou ‘por que fechar? Vocês podem continuar como todo fã clube do meu irmão, nenhum tem casa’. Fez pouco caso. Então eu disse ‘tá bom, prefiro terminar’”, explicou Almeida.

E o que fazer com tantas relíquias guardadas de Ayrton? Para evitar que ficassem guardadas e corressem o risco de estragar, o advogado decidiu vendê-las. Tudo para uma só pessoa e por um valor estipulado: R$ 100 mil.

“Eu não gostaria de vender peça por peça. Isso dá muito trabalho e eu não tenho tempo para cuidar disso. Eu poderia até pegar mais do que R$ 100 mil se fosse vender a granel, mas uma pessoa se interessa e eu mostro tudo que nós temos e vendo”, afirmou o fã.

Procurada pela reportagem do iG Esporte, a família Senna, através do Instituto Ayrton Senna, optou por não se pronunciar sobre o assunto.





Fonte: DO IG ESPORTES

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