A greve de agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal, que já dura 51 dias, fez com que o número de operações realizadas pela corporação caísse 76%. O dado foi divulgado nesta quarta-feira pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). De acordo com o levantamento, a PF realizou uma média de 23 operações por mês entre janeiro e julho deste ano. Em agosto e setembro, já durante a paralisação, foram apenas 13 operações efetuadas. As informações são da rádio CBN.
Cerca de 7 mil servidores aderiram à greve, iniciada no dia 7 de agosto. O movimento também tem causado uma forte redução na apreensão de drogas no País. Segundo a Fenapef, nos sete primeiros meses do ano foram apreendidos 4 mil kg de maconha e cocaína em operações da PF. Entre agosto e setembro, contudo, foram apenas 30 kg recolhidos em áreas de fronteira.
O movimento grevista
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais cresceram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias entraram em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. O Ministério do Planejamento estima que a paralisação tenha envolvido cerca de 80 mil servidores. Em contrapartida, os sindicatos calculam que 350 mil funcionários aderiram ao movimento.
A greve afetou servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, das Relações Exteriores, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.
Após apresentar proposta de aumento de 15,8%, dividido em três anos, o governo encerrou no dia 26 de agosto as negociações com os servidores. Policiais federais e funcionários do Incra foram as únicas classes que continuaram em greve após o fim das negociações. O orçamento anual do governo, com a previsão de gastos com a folha de pagamentos dos servidores em 2013, foi enviado ao Congresso em 30 de agosto.
No dia 19 de setembro, trabalhadores dos Correios deflagraram uma greve em pelo menos 18 Estados e no Distrito Federal. O comando de negociação reivindica 43,7% de reajuste, R$ 200 de aumento linear e piso salarial de R$ 2,5 mil. Quatro sindicatos dissidentes (São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Bauru), que se desfiliaram da federação, reivindicam 5,2% de reposição, 5% de aumento real e reajuste linear de R$ 100. O salário-base inicial de carteiros, atendentes comerciais e operadores de triagem e transbordo é R$ 942.
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