Bombardeio em Donetsk aumenta tensão na Ucrânia

DONETSK - A madrugada deste domingo foi marcada por um intenso bombardeio entre as forças do governo ucraniano e separatistas pró-russos em Donetsk. Com duração de cerca de oito horas, o confronto abala a já delicada trégua firmada entre os rebeldes e Kiev, há dois meses. Durante a semana, as relações já estavam abaladas com as eleições separatistas, realizadas em 2 de novembro, e a acusação de que a Rússia havia enviado dezenas de tanques e armamentos pesados para as áreas do território ucraniano controladas pelos rebeldes.

De acordo com o moradores, os bombardeiros foram realizados perto do Aeroporto Internacional de Donetsk, área na qual o cessar-fogo foi repetidamente violado em um conflito que matou mais de 4 mil pessoas desde meados de abril.

Não houve relatos imediatos de novas vítimas. A Câmara Municipal de Donetsk disse, em um comunicado em seu site, que o bombardeio tinha danificado edifícios residenciais.

Os confrontos na região aumentaram desde a votação de domingo, que elegeu a líder separatista Alexander Zakharchenko, de 38 anos, como chefe da República autoproclamada de Donetsk e Igor Plotnitsky, um oficial do exército de 50 anos de idade, chefe da República autoproclamada de Luhansk. A Rússia reconheceu a votação e o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, acusou os rebeldes de rasgar o acordo de paz, dizendo que iria derrubar a lei que concede autonomia parcial para a as regiões controladas pelos rebeldes. Ele ordenou reforços nas cidades-chave no caso de uma ofensiva rebelde.

A Ucrânia acusou a Rússia, na sexta-feira, de enviar 32 tanques e caminhões com tropas para o Leste da Ucrânia. Os separatistas, por sua vez, culparam as forças ucranianas de lançar uma nova ofensiva militar contra as áreas dominadas pelos separatistas.

O cessar-fogo foi firmado no dia 5 de setembro, mas milhares de pessoas já morreram em embates desde então.