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Internacional
Segunda - 10 de Novembro de 2014 às 11:55

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Oitenta por cento dos eleitores aprovaram a separação da Espanha na consulta popular informal realizada na Catalunha no domingo.


A polêmica votação na região semiautônoma foi considerada inconstitucional pela Justiça espanhola e realizada sob forte oposição do governo de Madri.

Já o líder do Executivo catalão, Artur Mas, disse que a consulta foi um "grande sucesso" que deverá abrir caminho para um plebiscito formal.

"Ganhamos o direito de um plebiscito", disse Mas a partidários. "Mais uma vez a Catalunha mostrou que quer governar a si própria."

"Peço ao mundo, peço à imprensa e peço também aos governos democráticos do mundo que ajudem o povo catalão a decidir seu futuro político."

Na consulta, foram feitas duas perguntas aos eleitores: se eles desejavam que a Catalunha se transformasse em um Estado-nação e se eles desejavam que esse Estado fosse independente.

A vice-presidente do Executivo catalão, Joana Ortega, disse que mais de dois milhões de pessoas participaram da consulta e que, com quase todos os votos apurados, 80,72% dos eleitores haviam respondido sim às duas perguntas.

Cerca de 10% responderam sim à primeira questão e não à segunda, segundo ela, e cerca de 4,5% disseram não às duas perguntas.

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Antes da votação, o ministro da Justiça da Espanha, Rafael Catala, disse que a consulta era "inútil".

"O governo considera que este é um dia de propaganda política organizado por forças pró-independência e não possui nenhum tipo de validade democrática", disse ele em comunicado.

Nacionalismo

Pesquisas de opinião indicam que cerca de 80% dos catalães desejam um plebiscito oficial para definir o status da Catalunha, e que cerca de 50% são favoráveis à independência da Espanha.

Por outro lado, na linha da argumentação do governo, partidos espanhóis contrários à separação dizem que a consulta não reflete de maneira legítima os desejos da região - já que foi realizada por grupos pró-independência.

O grupo Libres e Iguales é contra a votação e realizou protestos em diversas cidades. Um protesto em Barcelona, capital da Catalunha, teve um início de conflito, mas ninguém chegou a ser preso.

Manifestações a favor da consulta também foram realizadas. Mais de 40 mil voluntários participaram da realização da votação.

O grupo Assembleia Nacional Catalã recolheu assinaturas nos locais de votação para uma petição que deverá ser enviada à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Comissão Europeia para tentar convencer a Espanha a permitir a realização de um plebiscito oficial.

A Catalunha é uma rica região da Espanha com 7,5 milhões de habitantes. Ela contribui mais para a economia espanhola do que recebe de volta por meio de fundos do governo central.

Disputas econômicas e diferenças culturais deram força ao nacionalismo na região.

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Segundo o correspondente da BBC Chris Morris, muitos catalães sentem que fazer parte de um único Estado, o espanhol, não é a solução mais adequada à sua identidade.

A história de luta pela independência - ou pelo menos mais autonomia - na região é longa.

Em 2006, a Catalunha passou a se considerar uma região com status de "nação", mas isso foi derrubado pelo Tribunal Constitucional em 2010.





Fonte: BBC Brasil

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