Condenados respondem por outra morte Sentenciados nesta semana pela morte de um jovem irão sentar novamente no banco dos réus por outro crime com requinte de crueldade
Condenados a mais de 50 anos de prisão, somadas as penas, pelo assassinato de um jovem que foi esfaqueado, cortado e embalado em sacolas plásticas, três rapazes julgados na terça-feira deverão enfrentar novamente o Tribunal do Júri da Comarca de Cuiabá. Os jovens Alexandre Hecke, 32, Helton Jonh Lemes da Chagas, 26 e Patricio da Silva, 27, foram denunciados pelo assassinato de Luciane Cristina de Moraes, 22, morta a golpes de faca e, em seguida, queimada. O crime ocorreu no dia 30 de setembro do ano passado, no bairro Nossa Senhora Aparecida.
Junto com os três suspeitos, foram denunciados também mais dois rapazes – Robson Paula e Alexandre Santana, todos aguardando presos a conclusão do trâmite processual. Os três foram denunciados por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, recurso que dificultou a defesa por parte da vítima e uso de fogo.
Conforme a denúncia do Ministério Publico Estadual (MPE), trata-se de uma quadrilha que tentou dominar o tráfico na região onde montava bocas de fumo. Para evitar a presença da Polícia, eliminavam os usuários que praticavam furtos nos bairros. Caso contrário, ao investigar os furtos, os policiais chegariam aos traficantes.
O assassinato de Luciane foi semelhante ao de Vitor Hugo no qual os três rapazes foram condenados nesta semana. Ela foi morta a facadas e teve o corpo arrastado e carbonizado.
Conforme as investigações da delegada Anaíde Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa, no local, onde moravam três dos cinco suspeitos, funcionava uma boca de fumo. Por volta da 1 hora da madrugada, a garota foi até a casa trocar roupas furtadas por entorpecentes.
Um deles queria saber onde ela tinha furtado porque se fosse nas redondezas “iria matá-la”. Os demais ajudaram no “interrogatório”. Um dos rapazes trouxe a esposa, que confirmou se tratar de furto numa casa do bairro.
A garota, então, passou por um “ritual” no qual as vítimas seriam submetidas. Após ser espancada por um dos rapazes, já lesionada gravemente, ela ainda teve os cabelos raspados.
“Enquanto um segurava a vítima e raspava o cabelo, outro desferiu o primeiro golpe de faca, tendo a adesão de outro participante que acertou mais três facadas, num total de quatro”, diz trecho da denúncia.
Outro trecho destaca que a “conduta dos denunciandos revelou patente requinte de crueldade, frieza e desprezo à vida da vítima, tanto quando a seviciaram com socos, chutes e facadas quando decidiram atear-lhe fogo, finalizando o crime”.
Para se livrar do corpo, Luciene foi colocada num carrinho de mão e jogada num terreno a cerca de 300 metros da residência. Lá, ela foi carbonizada. Os suspeitos, então, voltaram para casa onde lavaram a residência para apagar os vestígios da crueldade.
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