Crime seria por queima de arquivo

A Polícia descobriu que o homem de 34 anos assassinado com quatro tiros quando tentava comprar um caminhão no bairro Morada do Ouro, em Cuiabá, quinta-feira à tarde, usava nome falso de Anderson Ribeiro Taques. Na verdade, trata-se de Anderson Nascimento Gonçalves, que esteve preso por tráfico de entorpecentes e era investigado na Operação Abadom desencadeada pela Polícia Civil em maio de 2013.

A identidade falsa foi descoberta por papiloscopistas do IML ao confrontar as impressões digitais com o documento expedido pelo Instituto de Identificação. Ele verificou a divergência de foto e dados.

Nesta sexta-feira, familiares trouxeram a outra carteira de identidade, a verdadeira. E, após a confirmação, foi realizado o reconhecimento e liberado o corpo para velório e sepultamento.

Segundo policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa, na ocasião da Operação Abadom, o vendedor estava preso na Penitenciária Central do Estado também sob suspeita de tráfico. Meses antes, tinha sido surpreendido pela Policia Federal numa fazenda com um carregamento de cocaína.

Os policiais lembraram que, em setembro deste ano houve a revogação dos envolvidos na Operação Abadom – onde o delegado João Bosco de Barros, uma escrivã, três policiais e mais 10 pessoas foram indiciados por tráfico -, mas não teriam observado que o vendedor estava com a preventiva por outro crime. Anderson era primo do delegado.

Para policiais da DHPP, o crime seria uma queima de arquivo, uma vez que a vítima tinha ligação direta com o esquema de tráfico. “Com nome falso, não seria preso nunca numa batida policial”, lembrou um policial. (AR)