Júri dos acusados de matar adolescente no CPA será em 2015 Crime aconteceu em dezembro de 2011 e corpo só foi encontrado em março 2012
A Justiça de Mato Grosso deve marcar, para os primeiros dias de 2015, o julgamento dos acusados de matar a adolescente Maiana Mariano Vilela.
Aos 16 anos, a garota desapareceu em dezembro de 2011 e seu corpo foi encontrado enterrado em cova rasa em maio de 2012, na região do Coxipó do Ouro, zona rural de Cuiabá.
A mãe de Maiana, Suely Mariano, construiu uma casa de três peças na região do bairro Doutor Fábio, na Capital, segundo ela,, para se livrar dos problemas como ameaças e também dos assuntos que envolvem o nome de sua filha,
Mas, disse ter sido surpreendida ao saber que o homem acusado de matar sua filha está morando há três quarteirões de sua casa.
“Foi um choque. Um choque e uma decepção com a Justiça. Eu fui passar um refrigerante no caixa do supermercado e pedi que o homem que estava na minha frente deixasse eu passar. Ao pedir por favor, uma mulher que estava na fila disse que eu era muito educada, pois estava pedindo por favor à pessoa que apertou o pescoço de minha filha. Dali por diante, voltou meu desespero”, disse Suely, em entrevista veiculada no programa policial "Cadeia Neles", da TV Record (Canal 10). Veja o vídeo aqui.
"Ao pedir por favor, uma mulher que estava na fila disse que eu era muito educada, pois estava pedindo por favor à pessoa que apertou o pescoço de minha filha. Dali por diante, voltou meu desespero" “Eu não conheço essas pessoas, apenas soube que matou minha filha, conforme o noticiário da televisão. Nunca tive contato com eles. Conhecia apenas o Rogério (Amorin, ex-namorado de Maiana)”, completou.
O homem que Suely encontrou no supermercado é Paulo Martins, apontado pela Polícia Civil como autor da morte de Maiana.
Ele confessou que enterrou a adolescente na chácara de Rogério, com ajuda de Carlos Maritins.
O crime aconteceu em 21 de dezembro de 2011, mas o corpo de Maiana só foi encontrado em maio do ano seguinte.
O caso se tornou mais complexo porque o mandante do crime é acusado de ter ajudado nas nas buscas pela garota e, a todo tempo, ele indicava a região da Ponte de Ferro como um possível local do desaparecimento.
“Ele colocou gasolina na minha moto, na moto de meu filho e sempre citava que era para procurar na região da Ponte de Ferro. Eu fui várias vezes pra lá. Uns falavam que ela estava no (acampamento) Sem Terra, outros diziam que tinham visto ela com chacareiros daquela região. Mas, nada era certo”, contou a mãe de Maiana.
Rogério Amorim mantinha um relacionamento com Maiana, mas na época ele era casado. E a mãe da vítima desconfia que ela sabia de algo muito sério da vida dele. “
Ela sabia de algo, pra ele mandar fazer isso com minha filha. Era algo muito grave, pois o que fizeram com ela foi um cala a boca. Uma queima de arquivo”, afirmou a mãe.
Rogério e os executores de Maiana foram presos, mas, seis meses depois, foram liberados pela Justiça para aguardar o processo em liberdade.
Na época, eles viviam uma verdadeira história de sedução e poder, por conta da adolescente ser bonita, mas sem condições financeiras, e Rogério, um empresário que alimentava o sonho brilhante de tornar a menina uma doutora.
“Ele apareceu aqui como um monstro em forma de Papai Noel. Prometeu o mundo e o fundo pra gente. Ele dizia que, se ela continuasse na vida que tinha, ia engravidar de um guri do bairro e ser mais uma menina do mundo. E ele prometia que, se ela fosse morar com ele, pelo menos estudo e conforto ele daria pra ela”, afirmou Suely.
Os advogados dos acusados de cometer o crime contra a adolescente entraram com recurso junto ao Ministério Público para tentar protelar o processo e os livrar de um júri popular.
Mas, os desembargadores rejeitaram por unanimidade o recurso e, com isso, os acusados serão julgados por representantes da sociedade organizada, que serão convocados pela Justiça.
Por enquanto, a data do júri ainda não foi marcada, mas deve acontecer em 2015.
Se condenados, os acusados devem pegar entre 12 e 30 anos de cadeia.
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