Processo envolvendo operação Ararath entra na reta final para julgamento
O processo da Operação Ararath que tramita na Justiça Federal tendo como réus o ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes (PMDB) e o ex-secretário adjunto de Fazenda, Vivaldo Lopes Dias, está em sua última etapa e as defesas já foram intimadas para apresentarem as alegações finais por memoriais num prazo de 20 dias. Eles são acusados de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, crimes que segundo o Ministério Público Federal (MPF), foram praticados contra o sistema financeiro nacional. Este é o 2º processo, de um total de 5 em tramitação na 5ª Vara Federal.
A defesa de ambos os réus alega que eles são inocentes e demonstra confiança de no sentido de receber uma sentença absolvendo os ex-secretários. Até o momento, foram concluídos 4 inquéritos de um total de 14 instaurados pela Polícia Federal juntamente com o Ministério Público Federal que montou uma força-tarefa composta por 5 procuradores da República para analisar milhares de documentos apreendidos nas 6 fases da operação. As investigações relatam que pelo menos R$ 500 milhões podem ter sido movimentados pelo esquema para financiar campanhas políticas, beneficiar empresários e autoridades políticas com mandatos.
A primeira ação penal, resultado do inquérito policial número 233/2014, foi distribuída à Justiça Federal no dia 20 de maio contra 4 pessoas investigadas na Operação: Eder Moraes, sua esposa Laura Tereza da Costa Dias, o superintendente regional do Bic Banco em Mato Grosso, Luis Carlos Cuzziol e Vivaldo Lopes. No decorrer do processo, houve necessidade de desmembramento.
Este segundo processo, que tem apenas Eder e Vivaldo no polo passivo, foi desmembrado em agosto porque à época era aguardada a conclusão de uma perícia na empresa Brisa Consultoria e Assessoria, de propriedade de Vivaldo, que movimentou R$ 1,3 milhão em dinheiro. Segundo as investigações, esses valores seriam de empréstimos ilegais tomados junto a instituições clandestinas, de propriedade do empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça. Ele está na condição de colaborador do MPF por ter assinado um acordo de delação premiada e até o momento não foi denunciado.
A defesa de Eder afirma que não existe dinheiro público envolvido no caso. De acordo com o advogado Ronan de Oliveira, o dinheiro que passou pela Brisa Consultoria e foi usado para pagar despesas Mixto Esporte Clube veio de patrocinadores e voluntários que doavam diversos valores. O advogado Ulisses também sustenta inocência de Vivaldo garantindo que a perícia solicitada nas contas da empresa serviram para inocentar seu cliente. De acordo com o jurista, a perícia comprovou que o valor teve origem e destino ao passo que a lavagem de dinheiro é o contrário disso quando se distancia da origem e perde o destino do dinheiro, por isso que ele "volta limpo".
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