Mauro adia envio de reforma para aprofundar o debate
O prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), resolveu fazer ajustes no projeto de reforma administrativa e atrasou o envio para Câmara de Cuiabá. Ele disse que entregaria até o final da tarde de terça-feira, fato que não ocorreu.
Ele não elencou quais alterações seriam feitas na proposta, mas adiantou que resolveu ampliar o debate com os demais secretários e até mesmo com os vereadores.
O socialista revela que o anúncio da reforma administrativa surpreendeu até mesmo o secretariado, pois o projeto estava sendo discutido há pelo menos um mês em um grupo bastante restrito. Mendes explicou que o objetivo era não gerar especulação, e por isso manteve em segredo as mudanças propostas na semana passada em entrevista coletiva que prevê o enxugamento da máquina com a demissão de 500 servidores, fusão de secretarias e redução dos gastos.
Todas as medidas devem-se ao fato de a arrecadação de 2014 não ter correspondido às expectativas da Lei Orçamentária Anual (LOA) e além de a equipe econômica do município prever um ano de recessão para 2015.
Na opinião de Mendes, não cortar os gastos seria uma irresponsabilidade por parte da administração municipal e adianta que quem não reduzir as despesas terá sérios problemas de gestão para o próximo ano.
“Estou antevendo um cenário que é desenhado para o Brasil para 2015 nada positivo e antes que os problemas aconteçam temos de enxugar a máquina com uma objetiva redução de receita já percebida em 2014. Não posso esperar um rombo nas contas para tomar providências. Administrar é isso, tomar as medidas certas, na hora certa”, afirmou Mendes.
Além da demissão em massa na prefeitura, outro ponto polêmico que gera divergência é a extinção do curso pré-vestibular Cuiabá Vest. Apesar de ter maioria na Câmara de Cuiabá, Mendes deverá enfrentar resistência para aprovação da mensagem na sua plenitude. Alguns itens poderão ser barrados pelos vereadores.
Sobre a questão do Cuiabá Vest, o prefeito destaca que não é de responsabilidade da prefeitura oferecer o cursinho e, por isso, optou por cumprir com as obrigações do município, que é a educação infantil. Apesar de alguns ajustes na proposta, o chefe do Executivo não demonstra que deverá retroceder na questão do curso pré-vestibular. “O município de Cuiabá tem obrigação com as crianças e entre abrir creches e manter um cursinho pré-vestibular eu vou fazer aquilo que é nossa obrigação: cuidar das crianças. Se estivesse sobrando dinheiro eu poderia até fazer universidades em Cuiabá, mas não está sobrando, está faltando. Então, não temos de nos meter a fazer aquilo que não é nossa obrigação enquanto existem centenas de obrigações dos municípios que não são cumpridas há anos. Isto não é fazer política com seriedade”, rebateu.
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