Vacina contra ebola passa em teste inicial de segurança Além de não causar efeitos colaterais graves, vacina teve resposta imune nos 20 voluntários
Uma vacina experimental contra o vírus ebola produzida pela GlaxoSmithKline não causou efeitos colaterais graves e produziu uma resposta imune em todos os 20 voluntários saudáveis que participaram da fase inicial de um estudo clínico, disseram cientistas nesta quarta-feira (26) na revista New England Journal of Medicine.
A experiência, que começou em 2 de setembro e que vai acompanhar os voluntários durante 48 semanas, é destinada principalmente a avaliar a segurança da vacina. Mas a resposta imune ofereceu esperança de que será eficaz contra a doença.
Para o diretor do NIAID (Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas), Anthony Fauci, que está conduzindo a experiência em Bethesda, Maryland, "o perfil de segurança é encorajador, assim como a constatação de que uma maior dose da vacina induziu uma resposta imune muito comparável àquela que protegeu completamente animais (de laboratório) do ebola".
A vacina intramuscular foi desenvolvida no NIAID e na Okairos, uma empresa de biotecnologia adquirida pela GlaxoSmithKline. Ela contém material genético de duas cepas do ebola — Zaire, responsável pelo atual surto na África Ocidental, e Sudão —, mas nenhum vírus, por isso não pode causar a doença.
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Por ser antiético expor os voluntários ao ebola, os pesquisadores avaliam se as candidatas a vacinas são eficazes na produção de anticorpos contra o ebola e de células-T do sistema imunológico.
Participam do estudo clínico voluntários com idades entre 18 e 50 anos. Metade deles recebeu uma dose mais baixa e metade uma dose maior. Todos os 20 desenvolveram anticorpos anti-Ebola em quatro semanas, sendo que aqueles que tomaram uma dose maior produziram mais anticorpos.
Daniel Bausch, da Universidade de Tulane, que escreveu um comentário adicional, considerou os resultados promissores, mas advertiu que há mais desafios pela frente antes que a segurança e eficácia da vacina sejam estabelecidas.
Outra vacina da GlaxoSmithKline, contra a cepa Zaire, está passando por testes de segurança na Inglaterra, Mali e Suíça, enquanto que uma da NewLink Genetics, sediada em Iowa, nos Estados Unidos, está sendo testada em Maryland.
Nesta semana, a Merck anunciou que comprará os direitos da vacina da NewLink por R$ 120 milhões (50 milhões de dólares). Testes de uma vacina contra o ebola da Johnson & Johnson deverão começar em janeiro.
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