Geller: "Posso ser investigado, mas não quero ser achincalhado" Ministro se defendeu de acusações sobre envolvimento em fraudes de terras da União

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller (PP), voltou a se defender das acusações de envolvimento no esquema de fraudes em terras da reforma agrária, investigadas pela Polícia Federal na Operação "Terra Prometida", em Mato Grosso.

“Posso ser investigado, mas não quero ser achincalhado [ridicularizado] e não vou ser achincalhado”, disse ele na tarde desta quarta-feira (3), em reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.

O ministro alegou que tem sido alvo de denúncias anônimas e “muito vagas”.

“Denúncias têm sido encaminhadas ao Supremo e eu falo categoricamente para qualquer cidadão: eu aceito e quero ser investigado, mas não são justos esses depoimentos de forma muita vaga”, alegou ele.

"Posso ser investigado, mas não quero ser achincalhado e não vou ser achincalhado" Visivelmente abalado, ele disse que não pode ser taxado de "malandro".

“O que eu não sou, nunca fui e nem vou ser, se Deus quiser, é malandro. Agora, eu, como ministro, saio na mídia como quadrilheiro, como líder de um grupo organizado”.

“Daqui a três ou quatro anos corro o risco de estar andando em praça pública e as pessoas olharem pra mim e falar: olha, mais um corrupto está solto”, lamentou ele.

O ministro também saiu em defesa de seus irmãos, Milton e Odair Geller, presos durante a operação da PF, e criticou o fato de o nome “Grupo Geller” estar sendo usado para denominar uma quadrilha.

“Tenho um irmão mais velho que mora no assentamento. Minha mãe tem uma casa humilde lá. São 11 irmãos. Orgulho-me da minha família”, afirmou.

Apelo

"O que eu não sou, nunca fui e nem vou ser, se Deus quiser, é malandro" Durante seu pronunciamento, o ministro ainda fez um apelo para que os deputados criem uma comissão para vir à Mato Grosso verificar a condição dos assentamentos e as denúncias de venda ilegal de lotes da reforma agrária.

“Façam uma comissão, convoquem a Polícia Federal, vão até lá no assentamento. É importante, o Congresso tem que fazer isso. Não é justo, não é certo”, disse o ministro, em tom emocionado.

Em relação ao pedido do ministro, o presidente da comissão, deputado Paulo Feijó (PP-RJ), disse que conversaria com os colegas.

“Vamos conversar, muito embora o tempo seja hoje nosso adversário. Faltam praticamente duas semanas para o início do recesso”, observou.

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