Preso trio que participou de sequestros de empresários em Mato Grosso Entre as vítimas estão os donos da Coca-Cola e da Todimo, além da família Malouf
Três suspeitos de integrar a maior quadrilha de sequestradores que agiu em Mato Grosso entre 1996 e 2009 foram presos durante o fim de semana por policiais da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Civil.
O líder da quadrilha, A.A.T.S., de 49 anos, o "Dedé", e seu sobrinho, H.C.C., de 39 anos, o "Beto", foram presos em Manaus (AM). O terceiro integrante, J.I.M., de 52 anos, conhecido como "Itá", foi preso em Campo Grande (MS). Ele é condenado a mais de 11 anos por crime de roubo mediante extorsão.
Segundo o delegado da GCCO, Flávio Stringueta, entre os crimes praticados pelo bando nos últimos 13 anos estão o sequestro do então diretor presidente da Coca-Cola Várzea Grande, Leonardo Moraes, em 1996; do empresário Khalil Malouf, em 1998; e do filho do dono da Transportadora TransOeste, de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá), Gean Carlos Barbosa, em 1999.
Também é atribuída à quadrilha o sequestro do empresário e dono da Todimo, Antônio Pascoal Bortoloto, em 2009.
“Apesar de um trabalho concentrado entre policiais de Mato Grosso do Sul e Amazonas, outros dois integrantes do bando ainda são procurados”, disse Stringueta.
"Apesar de um trabalho concentrado entre policiais de Mato Grosso do Sul e Amazonas, outros dois integrantes do bando ainda são procurados" O delegado acrescentou que os três possuem antecedentes criminais e são especializados em crimes de sequestros.
Conforme Stringueta, apenas o "Dedé" não tinha sido preso anteriormente pela Polícia Civil de Mato Grosso e constava como foragido da Justiça há mais de 18 anos.
Investigação
Segundo as investigações do GCCO, a quadrilha agia fortemente em sequestros em Mato Grosso e também no roubo de aeronaves para ser comercializadas por drogas na Bolívia.
Stringueta destacou que, desde 1996, o bando agia em Mato Grosso. Em maio de 1999, H.C. foi preso pela Polícia Civil de Mato Grosso nas investigações que buscavam elucidar o sequestro do filho do dono da Empresa de Transportes TransOeste, de Rondonópolis.
Nas investigações desse crime, policiais localizaram o cativeiro e apreenderam parte do armamento usado pelo bando, sendo uma pistola calibre 380, um revólver calibre 38, uma submetralhadora 9 mm, carregadores e farta munição.
O armamento estava em uma fazenda, distante 60 km de Rondonópolis, local onde a vítima era mantida em cativeiro, acorrentada a uma árvore.
A quadrilha tinha solicitado R$ 1 milhão de resgate à família do estudante, mas o pagamento não chegou a ser efetuado, devido a rápida ação da Polícia.
No ano de 1998, o líder da quadrilha se uniu a seu primo, A.S. e novamente ao cunhado, "Itá", para sequestrar o empresário Khalil Malouf, proprietário de vários empreendimentos em Cuiabá. Pelo sequestro, a quadrilha recebeu R$ 250 mil, pagamento que foi dividido em partes iguais pelo trio.
Fuga e denúncia
Líder da quadrilha, "Dedé" se refugiou no Estado do Amazonas desde que teve mandados de prisão decretado no curso das investigações da Divisão Anti-Sequestro da GCCO. Ele tinha três mandados de prisão pendentes de cumprimento.
"Itá", por sua vez, foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, no roubo de uma aeronave em que o piloto Manoel Coutinho Dias foi arremessado para fora do avião em pleno vôo.
Em audiência de instrução e julgamento, na Comarca de Aquidauana (MS), "Itá" mencionou que foi chamado para praticar outro crime de sequestro em Mato Grosso, desta vez em em companhia de L.A.P.L.S.. A vítima seria um velho fazendeiro que possui terras na divisa de Goiás com Mato Grosso.
Segundo "Itá", outros nomes estavam na lista para serem sequestrados, entre eles empresários de sucesso da Capital, parentes de políticos de renome e projeção nacional, além de proprietários de empresas do ramo da construção civil, como no caso do dono da Todimo, que foi sequestrado em abril de 2009 e permaneceu 17 dias acorrentado em um cativeiro, tendo sido localizado após pagamento de resgate na região do Capão Grande, em Várzea Grande.
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