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Esportes
Sábado - 13 de Dezembro de 2014 às 20:49

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Técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, Bernardinho abriu o verbo contra a suspensão de dez jogos que a FIVB (Federação Internacional do esporte) lhe aplicou. Questionado sobre o tema após a vitória do Rexona-Ades sobre o Pinheiros na Superliga feminina pelo canal “SporTv”, ele indicou que a punição é uma vingança de Ary Graça, ex-presidente da CBV (Confederação Brasileira) e atual mandatário da entidade que rege o vôlei no mundo:

— Obviamente, as punições são retaliações de pessoas que sofreram o baque de denúncias das investigações do CGU (Corregedoria-Geral da União) e hoje com retaliações claras.

Bernardinho se refere ao relatório do órgão do governo federal que aponta uma série de irregularidades na gestão de Ary Graça à frente da CBV, com desvio na casa dos milhões de reais.

A FIVB, porém, nega que o dirigente tenha qualquer ingerência nas punições dadas a Bernardinho e aos demais jogadores da seleção – o líbero Mario Jr está suspenso por seis jogos, enquanto o ponteiro Murilo por um e o levantador Bruno foi multado em mil dólares. Oficialmente, a justificativa para as punições é a confusão que os brasileiros se envolveram após uma marcação polêmica que acabou com o jogo entre Brasil e Polônia na terceira fase do Campeonato Mundial, em setembro. Bernardinho pegou pena maior porque também criticou duramente a FIVB após a disputa.

Em resposta, a CBV decidiu abrir mão de sediar a fase final da Liga Mundial 2015, que seria realizada em junho no Rio de Janeiro. O treinador lamentou, mas deixou claro que não vai se calar:

— Só espero que eu não prejudique o vôlei brasileiro, que não influencie os jogadores. Ainda bem que eu levei a maior punição. É uma série de inverdades no relatório que obtive nesta tarde que eu estava na confusão. Só pegar as imagens, quero que prove, eu não estava, eu saí da quadra. Pelo menos sempre cai nas minhas costas, porque não vou me furtar de dar opinião, de falar as coisas como elas são.

Ele ainda lembrou casos parecidos com o seu que não foram sancionados da mesma forma:

— No nosso passado recente, quando houve revolta no vôlei da praia, me lembro da tricampeã olímpica Walsh criticando a Federação Internacional e nada foi feito contra ninguém. A retaliação pela minha declaração do Mundial, de dez jogos, é cercear o direito de falar, falei porque tenho muita coisa engasgada há muito tempo. As coisas vêm acontecendo, é o que eu digo, é uma pena que o vôlei seja levado dessa forma.

Apesar de suspenso, Bernardinho poderá continuar comandando o Rexona-Ades normalmente na Superliga feminina de vôlei, já que a competição é organizada pela CBV e não pela FIVB. Se o recurso não for aceito, ele só deve cumprir a punição durante a temporada de seleções do vôlei.





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