CRM determina interdição de hospital em Barra do Bugres
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) determinou a interdição ética do Hospital Municipal de Barra do Bugres (160 km da Capital), por falta de condições mínimas de trabalho. Conforme o CRM, os problemas na unidade comprometem tanto a saúde da população quanto o desempenho ético-profissional dos médicos.
Na última fiscalização no estabelecimento, realizada em novembro, o Departamento de Fiscalização do CRM encontrou 15 irregularidades graves. Conforme o CRM, as salas não contavam com condições físicas e sanitárias de funcionamento. Diversos leitos estavam sendo mantidos em um espaço muito reduzido.
A fiscalização ainda flagrou infiltrações nas paredes, banheiros com higiene precária, materiais e equipamentos em mal estado de conservação.
Além dos problemas físicos, os profissionais do hospital estariam com vários meses de salários atrasados.
O CRM encaminhou o relatório da fiscalização a Prefeitura de Barra do Bugres, Secretaria Municipal de Saúde, Secretária de Estado de Saúde (SES) e o Ministério Público.
Conforme o presidente do Conselho, Gabriel Felsky dos Anjos, a interdição ética é uma suspensão da atividade profissional médica, de caráter provisório ou definitivo. A medida é utilizada excepcionalmente para proteger a boa prática médica e o direito à saúde do cidadão.
Segundo o presidente a interdição ética recomendada não significa fechamento da unidade. “Cabe ao gestor decidir ou não o fechando do hospital. Na interdição ética, os médicos ficam impedidos de dar expediente no local até a Secretaria de Saúde proporcionar as condições mínimas para que eles possam dar atendimento de saúde digno e seguro à população”.
Em novembro, o hospital, que é referência regional, deixou de atender pacientes dos municípios vizinhos. Na ocasião, o prefeito da cidade, José Florindo, afirmou que o caso era de “calamidade pública”. A administração da unidade alegava que o custo de manutenção mensal era de mais de R$ 1,2 milhão e as dívidas acumuladas de mais de R$ 1,8 milhão, enquanto o Governo do Estado não efetuava o repasse mensal de R$ 200 mil há mais de quatro meses.
A Prefeitura de Barra do Bugres chegou a entrar com Ação Liminar contra o Governo do Estado para que a unidade se tornasse um Hospital Regional e passe a ser administrada pelo Estado.
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