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Sexta - 02 de Janeiro de 2015 às 16:09

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Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

A Polícia Federal de Mato Grosso ainda realiza a análise documental e coleta de depoimentos da investigação que resultou na prisão de 39 pessoas acusadas de integrarem um esquema de ‘reconcentração’ dos lotes destinados a reforma agrária no projeto Itanhangá/Tapurah, instalado na região de Lucas do Rio Verde. A informação é da assessoria da Polícia Federal. A ação, deflagrada no dia 27 de novembro, levou para cadeia políticos, grandes agricultores e também servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Entre os supostamente envolvidos estão o ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Marino Franz, e de Odair e Milton Geller, irmãos do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Neri Geller.

A estimativa é de que 80 famílias ligadas ao agronegócio tenham se beneficiado do esquema, que resultou em cerca de R$ 1 bilhão em fraudes com a ‘instalação’ de verdadeiros latifúndios nas áreas destinadas, verdadeiramente, a clientes da reforma agrária.

A investigação da Polícia Federal aponta um total de 1.149 lotes destinados a reforma agrária no segundo maior assentamento da América Latina, apenas 10% dos lotes estariam em poder, de fato, de clientes da reforma agrária.

Somente a família Geller, de acordo com a investigação policial, aponta que os irmãos Geller possuíam 15 lotes distribuídos entre irmãos, sobrinhos e cunhados dos irmãos Milton e Odair Geller.

Segundo a Polícia Federal, o fazendeiro ou empresário do agronegócio interessa-se por alguns lotes, então aliciava e pressionava os assentados com proposta de compra (na maioria dos casos por valores muito abaixo do mercado). Caso concorde com o negócio, o parceleiro assinava um termo de desistência que era endereçado ao Incra.

A PF aponta que em caso de discordância ele era ameaçado de morte e expulso do lote à força”. Neste caso, o termo de desistência era fraudado e assinatura do posseiro é falsificada. Em seguida, o fazendeiro/empresário apresentava a documentação ao Sindicato Rural de Itanhangá onde ‘acertava’ um preço para regularizar, e apresenta o ‘laranja’ que é incluindo como beneficiário da reforma agrária. Entretanto, quem já está na posse do lote e o explorando economicamente há tempos é o fazendeiro do agronegócio.

Para poder reaver a posse das áreas, o Ministério Público Federal (MPF) estuda a adoção para medidas visando à reparação dos danos ambientais a região.

No total mais de 200 ordens foram cumpridas durante a deflagração da ação, que resultou em buscas na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária de Mato Grosso. Além de Mato Grosso, a PF cumpre mandados em outros três Estados, em Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.





Fonte: Olhar Direto

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