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Saúde
Quarta - 07 de Janeiro de 2015 às 19:16

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As cirurgias pediátricas marcadas para serem realizadas no Pronto Socorro de Várzea Grande estão suspensas a partir desta terça-feira (06), devido ao atraso dos salários dos médicos cirurgiões.

De acordo com Osvaldo Cesar Mendes, do Sindicato dos Médicos do Estado (Sindimed), o atraso diz respeito aos últimos cinco meses e correspondem a aproximadamente R$ 70 mil.

“Hoje, nós já paramos de atender o Pronto Socorro de Várzea Grande. Conversamos com o secretário e é só enrolação”, afirmou.

Os médicos que atendem na unidade de saúde são terceirizados, e a previsão é de que haja o rompimento do contrato com os cirurgiões pediátricos, caso os pagamentos não sejam regularizados, de acordo com Mendes.

“São 12 médicos. Mas, na verdade, estão trabalhando só sete, porque cinco já desistiram por causa do atraso de pagamento de cinco meses”, disse.

O secretário de Saúde do município, Daoud Abdallah, por sua vez, afirmou que o atraso existe, mas que a não é referente a cinco meses, disse que vai realizar um levantamento sobre a real situação.

“Eles prestam serviços e emitem a nota. Aí, quando vão receber, já tem 60 dias. Então, quando fala 'x' dias de atraso não é a realidade. Preciso levantar a real situação. Verificar a veracidade da informação para poder me posicionar”, explicou.

Abdallah esclareceu ainda que o pagamento à empresa terceirizada é variável, conforme os procedimentos médicos são realizados, e que não há uma lista de pacientes à espera das cirurgias.

“Na realidade, eles atendem à demanda da UTI, quando acionados. Eles não ficam lá. Eles são chamados quando há necessidade. Ficam de sobreaviso”, disse.

Atraso nos repasses

De acordo com o secretário, a situação dos atrasos é preocupante, visto que os repasses do Estado e Ministério da Saúde, que somam aproximadamente R$ 3,5 milhões, não ocorreram.

“Nós estamos passando um momento difícil, porque houve atrasos dos repasses estadual e federal. Não passaram o dinheiro para o município. Se não passam o dinheiro para gente, como realizamos o pagamento dos fornecedores?”, questionou.

Conforme Daoud Abdallah, o Estado não realiza o repasse desde outubro, enquanto a verba federal está atrasada desde dezembro. “Alguns fornecedores deixaram de receber porque a fonte, além dos recursos municipais, são essas”, disse.

“Eu acredito que não vão parar (as cirurgias) e vamos conversar com eles para me inteirar e negociar tudo isso”, finaliza.

A assessoria da secretaria de Saúde foi procurada para comentar sobre a situação, contudo, não deu retorno.

Caos

Em visita à Secretaria de Saúde do Estado, na segunda-feira (6), o governador Pedro Taques afirmou que a o setor no Estado está um "caos".

Segundo ele, ainda está sendo realizado um levantamento, a fim de se definirem estratégias para regularizar a situação.

"A situação é caótica. Hospitais regionais funcionando em precárias condições. Servidores públicos desmotivados. Atrasos nos repasses dos meses outubro, novembro e dezembro para o município de quase R$ 35 milhões. Temos que resolver isso. As Organizações Sociais, em determinados hospitais, não estão fazendo o atendimento digno", comentou.

Além disso, Taques observou que a Saúde Pública será tratada de uma forma diferenciada.

"Mato Grosso vai mal na questão financeira. É uma questão preocupante, mas a minha vinda aqui é para dar o apoio ao secretário de Saúde e dizer que nosso Governo dará o apoio para resolver essa situação", completou o governador.





Fonte: Mídia News

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