"Acho ridículo fazer pressão no governador", afirma Pereira Um dos candidatos à chefia do Ministério Público, procurador critica politização da campanha
O procurador de Justiça Edmilson Pereira, que compõe a lista tríplice para procurador-geral de Justiça, criticou, sem citar nomes, a pressão feita ao governador Pedro Taques (PDT) para que nomeie o candidato mais votado pela classe para o comando do Ministério Público Estadual (MPE) - no caso, o atual ocupante do cargo e candidato à reeleição, Paulo Prado.
“A lista tríplice foi encaminhada ao governador e temos que dar tempo para ele escolher. Eu acho ridículo fazer pressão a um governador do naipe do Pedro Taques, que sabe das prerrogativas que têm e que teve muita sensibilidade em nos ouvir, deu uma equidade de tratamento a todos. E, agora, nós vamos para cima dele pressionar por A ou por B?”, questionou.
Segundo o procurador de Justiça, que foi o terceiro mais votado pelos colegas, com 66 votos, a conversa que teve com o governador, na última terça-feira (7), foi pautada por assuntos de interesse "Eu jamais perguntaria para ele [governador] se ele iria me nomear ou não. Não faz parte da minha índole e da minha história" institucional, sem qualquer menção à nomeação.
“Eu jamais perguntaria se ele iria me nomear ou não. Não faz parte da minha índole e da minha história. Ser procurador-geral ou não é apenas uma contingência, uma mudança de cenário, mas continuarei defendendo os princípios que sempre defendi. Eu fiz a defesa daquilo que propus institucionalmente, e expus a ele que esse projeto foi rejeitado pela categoria”, disse Pereira.
Na visão de Edmilson Pereira, as denúncias e informações contra os candidatos que foram “vazadas” em período eleitoral demonstram que, “lamentavelmente, a campanha ao MPE está ficando cada vez mais politizada”.
“Eu, realmente, não gosto disso, não é a minha linha. O processo de procurador-geral deve ser um processo natural. Que os colegas se candidatassem e depois a gente tomasse uma cerveja ou comesse um churrasco se confraternizando. Até porque a gente sempre pregou isso, eu defendi esse modelo de participação. Eu vejo com muita tristeza o nível que chegou”, disse.
"Tanto está errado quem prega que não vou aceitar, como quem diz que eu vá aceitar: essa conversa eu nunca tive" Possível nomeação
Edmilson Pereira também negou que, por não ter sido o mais votado, haveria dito que não aceitaria a possível escolha de seu nome pelo governador Pedro Taques.
“Eu nunca disse, a quem quer que seja, que não iria aceitar a nomeação. Eu disse apenas que o governador Pedro Taques nunca me deu sinal de que ele vá desconsiderar o resultado das urnas e também nunca me deu sinal que ele estaria acolhendo o meu projeto. O governador nunca me disse que o meu projeto era o projeto ideal para o Ministério Público. Se ele não disse isso , estou entendendo que ele vai escolher o mais votado”, afirmou.
No entanto, ele preferiu não confirmar se aceitaria ou não o cargo, caso fosse nomeado.
“Tanto está errado quem prega que não vou aceitar, como quem diz que eu vá aceitar: essa conversa eu nunca tive. Jamais desceria a esse nível de dizer: se me convidar, eu não aceito. Eu entendo que ele está inclinado a indicar o mais votado e, se ele quisesse algo diferente, ele teria me chamado para conversar sobre isso”, disse.
Escolha de Taques
A lista tríplice dos mais votados pela classe de promotores e procuradores foi entregue ao governador Pedro Taques no dia 2 de dezembro.
A lista é encabeçada pelo atual procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, que recebeu 147 votos, seguido do promotor de Justiça Vinícius Gahyva, com 68 votos, e de Edmilson Pereira, com 66 votos.
Pedro Taques têm até o dia 17 de janeiro para nomear o procurador-geral de Justiça, que comandará o MPE nos próximos dois anos.
Comentários