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Polícia Brasil
Terça - 13 de Janeiro de 2015 às 19:09

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A casa no Rio de Janeiro na qual o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho disse, em depoimento a investigadores da Operação Lava Jato, que fez uma das entregas de dinheiro a mando do doleiro Alberto Youssef pertence ao advogado Francisco José Reis, informou nesta terça-feira (13) reportagem do jornal "O Globo". De acordo com o jornal, Reis é "aliado" do deputado estadual eleito Jorge Picciani, atual presidente do PMDB do Rio.

No depoimento, prestado em 18 de novembro do ano passado, Oliveira Filho admitiu que trabalhava para Youssef, apontado como chefe de um esquema de desvio de dinheiro da Petrobras, e afirmou ter sido informado pelo doleiro que a casa, em um condomínio na Barra da Tijuca, era do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líder da bancada do partido e candidato à presidência da Câmara. Depois, em 5 de janeiro, o policial fez uma retificação do depoimento e disse que entregou o dinheiro em outro condomínio e não naquele que tinha informado inicialmente.

O deputado Eduardo Cunha nega ter recebido dinheiro e afirma que nunca morou no condomínio mencionado pelo policial, Nesta segunda-feira, o advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, disse ao G1 que ocliente não conhece o deputado Eduardo Cunha nem o senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG) – outro apontado por Oliveira Filho como destinatário de remessa de R$ 1 milhão entregue a mando de Youssef. Segundo Basto, "se houve entrega de dinheiro para essas pessoas [Cunha e Anastasia], não foi meu cliente que mandou entregar".

Advogado
De acordo com a reportagem de "O Globo", a casa onde o dinheiro teria sido entregue pertence ao advogado Francisco José Reis, que é aliado, segundo o jornal, do presidente do PMDB do Rio e deputado estadual Jorge Picciani.

Ainda segundo "O Globo", Francisco Reis tem relação com Picciani há quatro décadas. Ele foi assessor parlamentar do peemedebista de 1991 a 1997 e subchefe da 1ª Secretaria da Assembleia Legislativa (Alerj) entre 1997 e 2001, quando Picciani era o primeiro-secretário. Também foi indicado pelo deputado para ser conselheiro da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos do Estado do Rio (Asep) e, depois, da Agetransp, a agência reguladora do transporte público no Rio, segundo informou "O Globo".

Em nota (veja íntegra ao final desta reportagem), o PMDB do Rio de Janeiro disse que Picciani não tem envolvimento com as denúncias. "O deputado eleito Jorge Picciani informa que não tem nenhum envolvimento com os personagens envolvidos nas referidas denúncias, e que cabe a Francisco Reis responder à citação e não a ele, Picciani", diz o texto.

O partido também reproduziu uma frase do deputado em que ele nega participação no caso. 'Cada um que carregue o seu fardo, tenho zero envolvimento nisso' , disse Picciani, lembrando que há 14 anos Francisco Reis deixou de trabalhar em seu gabinete e que, depois da sua nomeação como conselheiro, poucas vezes se falaram desde então", conclui o texto do PMDB carioca.

Nesta segunda-feira (12), o advogado do doleiro Yousseff, Antônio Figueiredo Basto, disse ao G1 que vai protocolar uma petição na Justiça para esclarecer que o doleiro não mandou dinheiro para Eduardo Cunha ou Antonio Anastasia.

Nesta terça, Cunha disse a jornalistas que a denúncia é "vazia" e que, por isso, vai ajudá-lo a ganhar votos na Câmara. "Viram que tentaram de uma forma absurda me envolver numa coisa que eu não tinha absolutamente nada a ver. Eu só encontro solidariedade e revolta. Eu acho que ganhei muitos votos entre aqueles que estavam indecisos por causa dessa denúncia vazia", afirmou o deputado.

O G1 tentou contato com o advogado Francisco Reis, mas até a última atualização desta reportagem, não havia conseguido falar com ele.

Nota do PMDB-RJ
Leia íntegra da nota divulgada pelo PMDB do Rio de Janeiro:

"O deputado eleito Jorge Picciani informa que não tem nenhum envolvimento com os personagens envolvidos nas referidas denúncias, e que cabe a Francisco Reis responder à citação e não a ele, Picciani.

'Cada um que carregue o seu fardo, tenho zero envolvimento nisso', disse Picciani, lembrando que há 14 anos Francisco Reis deixou de trabalhar em seu gabinete e que, depois da sua nomeação como conselheiro, poucas vezes se falaram desde então."


VALE ESTE - Arte Lava Jato 7ª fase (Foto: Infográfico elaborado em 15 de novembro de 2014)





Fonte: Do G1, em Brasília

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