Guarda municipal e mais dois são indiciados por homicídio Ana Cláudia Alves morreu após ser baleada no tórax durante o assalto em mercado
A Polícia Civil indiciou um guarda municipal e duas pessoas pela morte da contadora Ana Cláudia Alves da Silva, 26 anos, baleada durante assalto em um supermercado no bairro Jardim dos Estados, em Várzea Grande. O crime ocorreu em outubro no ano passado.
Os suspeitos do roubo B.J.S.C. e E.E.N., ambos de 19 anos, e o guarda municipal, E.L.S., foram indiciados.
Conforme investigações conduzidas pelo delegado adjunto da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), Antônio Carlos de Araújo, os suspeitos de roubo foram indiciados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) enquanto o guarda municipal deverá responder por homicídio doloso (quando há intenção de matar), por ter assumido o risco de produzir o resultado morte.
"O guarda municipal é o autor dos disparos que ceifaram a vida de Ana Cláudia. O projétil encontrado no veículo do esposo da vítima foi fundamental para comprovar a arma do crime, a pistola 380 que apreendemos do guarda" Segundo a Polícia, o guarda municipal reagiu ao assalto e trocou tiros com os bandidos, sendo que um dos disparos atingiu Ana Cláudia. Uma segunda pessoa também foi ferida e ainda está com o projétil alojado no corpo, segundo o delegado.
Conforme Araújo, o exame de balística da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), realizado na pistola 380 do guarda municipal e no projétil que atingiu a vítima, comprovou que o tiro saiu da arma do guarda, que estaria realizando "bico" no mercado, como vigilante.
"O guarda municipal é o autor dos disparos que ceifaram a vida de Ana Cláudia. O projétil encontrado no veículo do esposo da vítima foi fundamental para comprovar a arma do crime, a pistola 380 que apreendemos do guarda", disse o delegado.
O delegado pediu a prisão dos três envolvidos, mas apenas os dois suspeitos do latrocínio tiveram mandados de prisão temporária decretados pela Justiça.
O suspeito B. teve a ordem cumprida ainda na segunda-feira (12), quando foi interrogado e indiciado na DHPP.
Ele já estava preso desde o dia 24 de dezembro de 2014, acusado de tentativa de homicídio contra a companheira, na Cadeia Pública do Capão Grande, em Várzea Grande.
Protesto
A morte de Ana e a demora para solucionar o crime foram motivos de protesto por parte dos familiares da contadora no final do ano passado.
Pelo menos 200 pessoas se reuniram em passeata contra a violência. Os familiares da jovem vestiam camisas com o rosto dela e as faixas traziam as frases como: “O teu sorriso a violência não apagará, estará sempre em nossos corações”.
Eles seguiram da Avenida Couto Magalhães até a Câmara Municipal. No Legislativo, os manifestantes apresentaram sugestões para coibir a violência no município.
O crime
O crime ocorreu no dia 22 de outubro passado quando B.J.S.C. e E.E. entraram no supermercado, em Várzea Grande, e anunciaram o assalto
O suspeito B.J. usou Diego Souza, esposo de Ana Cláudia Alves, como escudo humano e exigiu que todos os clientes deitassem ao chão.
Neste momento, o guarda municipal E.L. teria surgido dos fundos do mercado e efetuado o primeiro disparo na direção do bandido, iniciando a troca de tiros.
O tiroteio atingiu Ana Cláudia no toráx e sua amiga nas nádegas, além de um funcionário do mercado, que foi atingido de raspão. Os suspeitos fugiram.
A vítima foi socorrida pelo próprio marido e levada no carro do casal até o Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande, onde foi submetida a cirurgia e morreu dois dias depois.
Comentários