Um intercâmbio de informações e conhecimento entre produtores de gado e universitários poderá ser determinante para o futuro da pecuária de Mato Grosso. Com a ideia de estimular o surgimento de novos caminhos que driblem os impasses no setor, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) se uniram para promover o primeiro "Workshop da Pecuária de Corte". No encontro, que será realizado no meses de setembro e outubro em seis municípios do estado, serão abordados os temas de cria do gado, a integração lavoura pecuária, confinamento, recuperação de pastagens degradas e sustentabilidade econômica e ambiental.
De acordo com o presidente da Acrimat, José Bernardes, a intenção é encontrar um modelo de gestão para e pecuária mato-grossense. "Queremos aperfeiçoar a forma de como estamos lidando com o setor atualmente". Para ele, a metodologia que será aplicada nos encontros é "um embrião na discussão dos problemas da pecuária". A escolha dos municípios, além do fato de terem campus das universidades, está relacionada a relevância da pecuária. Cerca de 70% do rebanho do estado, ou 20,4 milhões de animais, estão nas regiões que representam.
Receberão o Workshop as cidades de Pontes e Lacerda, Cáceres, Alta Floresta, Sinop, Nova Xavantina e Tangará da Serra, sendo que em cada uma participam 40 estudantes, cinco professores e cinco pecuaristas. A iniciativa terá duração de oito horas. Com a troca de informações e a identificação dos problemas haverá o encaminhamento para a solução. "Um professor da Universidade de São Paulo será responsável pelo relatório final e formulação das propostas para a academia e para o negócio", diz o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.
Conforme ele, além do lado profissional, relacionado aos termos econômicos da pecuária, o acesso a informação irá estreitar o relacionamento com as universidades. "É uma receita muito simples que tem tudo para dar certo", afirma ele acrescentando que a estimativa é promover novos encontros no decorrer do próximo ano. Vacari explica que os temas poderão mudar de acordo com a demanda do setor produtivo.
Ao todo, 300 pessoas deverão participar nos encontros e em cada cidade, os 40 participantes serão divididos em 5 grupos com 8 estudantes, 1 professor e 1 pecuarista. Para o consultor técnico da Acrimat e coordenador do projeto, Amado de Oliveira, enfatiza que a participação do produtor visa confirmar ou não a operacionalidade das ideias tratadas no encontro. Segundo ele, a receptividade das universidades atendeu as expectativas. Elas cederão um dia do calendário acadêmico para realizar o Workshop. "Solicitamos de todos o comprometimento com a iniciativa, tanto dos alunos como dos pecuaristas".
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