Consórcio quer mais R$ 1, 7 milhão para concluir a obra Revitalização do espaço foi orçada em R$ 6,3 milhões e está praticamente parada desde o ano passado
O consórcio responsável pelas obras de reforma e revitalização do Complexo da Salgadeira, no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães - a 40 km de Cuiabá -, solicitou um aditivo de R$ 1,7 milhão ao Gabinete Estratégico, para dar continuidade às obras no local. Com o aditivo, a obra passa a custar R$ 8 milhões.
A obra é executada pelo Consórcio Salgadeira, formado pelas empresas Farol Empreendimentos e Ypenge Projetos Florestais e Ambientais, e foi iniciada em 2013. No entanto, com um ano em execução, a obra está praticamente abandonada.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Seneri Paludo, o aditivo foi solicitado quando a secretaria exigiu a celeridade da obra, visto que a previsão contratual é de conclusão em junho de 2015.
Atualmente, é possível constatar que o matagal toma conta do local e que muitas das construções iniciadas já estão em processo de deterioração.
Inclusive, não existe fiscalização, "Estamos avaliando se esse contrato e esse aditivo solicitado são condizentes com o serviço prestado. Nós estamos conversando e fazendo pressão para acelerar as obras. Ainda estamos analisando" apesar de interditada há quatro anos. Banhista têm invadido o espaço para voltar a usá-lo como área de lazer, conforme MidiaNews revelou.
“Nós já tivemos reuniões com o consórcio e conversamos para eles acelerarem o procedimento das obras. Essa obra teve início em dezembro de 2013 e era para estar pronta em junho de 2015. Nós estamos conversando e pedido para acelerar os trabalhos”, explicou o secretário.
O consórcio justificou o atraso, segundo Seneri Paludo, dizendo que não tem condições de dar continuidade à obra. Isto porque erros contidos no projeto fizeram com que o consórcio despendesse mais recursos em algumas áreas da obra.
O projeto foi elaborado pela empresa Proplan Planejamento de Projetos, ao custo de R$ 210 mil.
“Já tem uma solicitação do aditivo por parte da empresa de R$ 1,7 milhão e, nesse momento, nós estamos analisando”, disse o secretário.
Já foram pagos R$ 2,3 milhões ao consórcio, mas a alegação das dificuldades financeiras já refletiram, inclusive, no pagamento dos operários responsáveis pela execução da obra.
No mês passado, os funcionários paralisaram o pouco da obra que ainda estava em andamento.
Na ocasião, a folha salarial dos meses de outubro e novembro, não havia sido pagos. Além disso, 20 trabalhadores que foram demitidos não receberam o dinheiro referente à rescisão.
A situação só foi resolvida e os trabalhadores voltaram à ativa após o consórcio quitar parte da dívida e parcelar o restante.
Diante do cenário, a secretaria realiza um levantamento entre o serviço prestado pelo consórcio e o contrato inicialmente firmado, que previa um investimento de R$ 6,3 milhões.
Conforme Seneri Paulo, a medida é necessária para verificar a situação financeira da empresa e confirmar se o problema está realmente ligado às falhas de projeto.
“Estamos avaliando se esse contrato e esse aditivo solicitado são condizentes com o serviço prestado. Nós estamos conversando e fazendo pressão para acelerar as obras. Ainda estamos analisando”, completou.
Falhas do projeto
As falhas do projeto de revitalização do Complexo da Salgadeira vieram à tona após um ano que teve início a execução da obra. Os problemas dizem respeito à fundação, ao sistema de tratamento de esgoto e à cobertura do local.
Um exemplo é a obra do restaurante, em que o projeto inicial da estrutura apresenta diversas falhas de informações sobre o telhado, na parte elétrica e na fundação dos pilares.
Já sobre a rede de esgoto, o projeto previa um trabalho de coleta, onde o solo deveria drenar a água. Contudo, a Salgadeira está num local onde o solo é rochoso e isso impede a implantação do projeto e a edificação da obra.
Na época, a então Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) recebeu vários ofícios alertando sobre as incongruências do projeto, mas nenhuma medida foi efetivamente tomada.
Enquanto o impasse não é solucionado, a Salgadeira continua fechada para banho e contemplação.
O local está foi interditado em 2010, por determinação da Justiça, após pedido feito pelo Ministério Público Estadual (MPE), em uma ação civil pública.
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