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Quarta - 14 de Janeiro de 2015 às 16:07

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Divulgação/Secom MT
O ex-governador Silval Barbosa e o ex-secretário Eder Moraes
O ex-governador Silval Barbosa e o ex-secretário Eder Moraes

O ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes, admitiu ao Ministério Público Estadual (MPE) que, por várias vezes, pegou sacolas de dinheiro na empreiteira Encomind Engenharia Ltda.

A confissão foi feita por ele durante um dos depoimentos espontâneos, que prestou a promotores de Justiça, em 2014.

A Encomind é uma das empresas investigadas pela Polícia Federal, por meio da Operação Ararath, por participar de suposta lavagem de dinheiro público, nas gestões dos ex-governadores Blairo Maggi (PR) e Silval Barbosa (PMDB).

"Fui lá, o Rodolfo falou: passa aqui, segunda-feira, 10 da manhã... Eu tive várias vezes lá, e peguei sacola, né, peguei mochila com R$ 400 mil, R$ 500 mil"

Questionado pelo promotor de Justiça Roberto Turim, se ele fora à Encomind buscar dinheiro, Eder admitiu a prática.

“Teve. Fui lá, o Rodolfo falou: passa aqui, segunda-feira, 10 da manhã... Eu tive várias vezes lá, e peguei sacola, né, peguei mochila com R$ 400 mil, R$ 500 mil”, disse Eder, citando o empresário Rodolfo Aurélio Borges de Campos, ex-sócio da empresa.

“E esse dinheiro que você pegou lá, foi pra onde?”, questiona Turim.

“Pagar factoring ... Pagar na Assembleia, alguma coisa que tinha que entregar...”, responde Eder, citando a factoring do empresário Júnior Mendonça, da Rede Amazônia de Petróleo, epicentro do suposto esquema.

“Não dá pra detalhar isso?”, pergunta Turim.

“Não. Porque entregava em mãos, né. Entreguei pro Daltinho, entreguei pro Percival Muniz...”, diz Eder, citando o atual presidente do Solidariedade em Mato Grosso, e o prefeito de Rondonópolis, respectivamente.

“E não tinha contabilidade nenhuma disso?”, pergunta o promotor.

“Não, ninguém anotava nada”.

Na sequência, Eder diz que os pagamentos eram feitos em dinheiro, mas em cheque também. “Teve muito coisa em cheque... Ninguém faz com a perfeição que eles estão imaginando aí”, disse, sugerindo que os pagamentos de supostas propinas teriam deixados rastro.

“Eu mesmo operei (em factorings) antecipando contrato de patrocínio de rodeios, com a empresa da minha esposa“, disse.

“Tentação”

O promotor Turim questiona, logo em seguida: “E você levando essa sacolada de dinheiro, não pegou nenhum? A tentação é grande né, meu filho, fala sério. Conta aí pra nós esse negócio ”.

Eder diz que não era beneficiado. “Não, por mais que você pegasse R$ 10 milhões, a dívida era de R$ 15 milhões”.

Ele alega, no entanto, que o Governo do Estado lhe prometeu outro benefício.

“Me prometeram, para mim, Eder Moraes... Foi prometido pelo Governo do Estado, para mim, R$ 5 milhões da Arena e R$ 5 milhões do VLT”.

Ele disse que foram negociadas comissões das duas obras para o Governo. “Eu não recebi um centavo, não me passaram. Fiquei só na...”.

Eder disse também que Silval pediu para ele desacelerar os ritmos das obras da Arena. “Ele me chamou e disse: para. Essa aceleração que você esta dando na arena vai me f...”, relatou.

O ex-secretário de Estado não atendeu as ligações feitas pela reportagem do MidiaNews.

Eder diz que "mentiu"

Em entrevista à TV Centro América, afiliada da Rede Globo em Mato Grosso, nesta terça-feira (13), Eder disse que mentiu aos promotores do MPE.

"Eu estava tomado pela emoção, por não ter sido escolhido para ocupar uma vaga no Tribunal de Contas do Estado. Então eu coloquei algumas palavras, mas depois me retratei sobre todas elas", disse.





Fonte: Mídia News

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