Petição pede revisão de política da NFL após “bullying” a RB
O que tem de sobra no esporte são personagens que não gostam de dar entrevista. Sejam eles antipáticos, mal-humorados ou monossilábicos, eles estão presentes em todas as modalidades. No Brasil, há alguns anos, essa figura era representada pelo técnico Muricy Ramalho, que desde então sossegou um pouco. Na NBA, temos Gregg Popovich, vitorioso técnico do San Antonio Spurs. Já na NFL, Bill Belichik, comandante dos Patriots, é o melhor exemplo entre os técnicos. Entre os jogadores, o running back Marswhawn Lynch se destaca como o cara que não gosta de falar com a imprensa. Para quem não conhece o personagem, confira algumas das entrevistas clássicas do atleta do Seattle Seahawks:
Deu pra perceber que Marshawn Lynch está em outra esfera quando o assunto é contato com a mídia. A verdade é que ele apenas não gosta de falar com jornalistas, mas é obrigado pelas rígidas regras da NFL. Todos os atletas devem atender a imprensa após os jogos, caso contrário estão passíveis a multas.
O que Lynch construiu na carreira além do apelido Beast Mode e do título do último Super Bowl foi um histórico de punições financeiras. Em novembro, o running back foi obrigado a pagar US$ 100 mil por não atender mais uma vez os veículos de comunicação após a partida contra o Kansas City Chiefs.
A multa revoltou Wndie Bromlie, torcedor dos Seahawks, que iniciou uma petição na internetpara pedir que a NFL mude sua política de imprensa por considerá-la desnecessária, cruel e hipócrita por afetar e intimidar financeiramente um jogador que se sente claramente desconfortável ao ser cercado e entrevistado por uma série de repórteres.
Segundo Bromlie, forçar jogadores a fazer algo que eles não querem é contraditório com as campanhas promovidas pela liga contra violência doméstica e bullying, já que as multas seriam uma forma de bullying contra os atletas.
“Cooperação sensata com a mídia noticiosa é essencial para a continuidade da popularidade do nosso jogo e seus jogadores e técnicos”, diz a regra. A questão é: compensa forçar um indivíduo fazer o que ele não quer para manter a liga popular? A medida não é contraprodutiva?
Do jeito que é obrigado a agir, já que não pode ficar simplesmente calado, Marshawn Lynch só se estabelece como uma figura estranha para o público, que não deseja se expressar pela imprensa. Enquanto a reflexão fale para avaliar as regras da NFL, ela também se aplica aos jornalistas que têm a oportunidade de falar com os Seahawks. Para quê falar com Lynch, se já se sabe antecipadamente que ele não vai falar nada de útil?
O próximo capítulo do “duelo” entre Lynch e os jornalistas será no domingo, às 18h05 (de Brasília), no CenturyLink Field, em Seattle, na final da NFC. O adversário dos Seahawks será o Green Bay Packers, na partida que define o representante da conferência no Super Bowl. Do outro lado, na disputa do título e vaga na grande decisão pela AFC, New England Patriots e Indianapolis Colts duelam no jogo das 21h40.
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