Pai de jogador que atropelou e matou dois no DF recebe alvará de soltura Liberdade provisória foi concedida três dias após atropelamento. Assessoria de Felipe Anderson diz que jogador da Lazio não vai se pronunciar.

A Justiça do Distrito Federal concedeu liberdade provisória a Sebastião Tomé Gomes, de 51 anos, preso por atropelar e matar um motociclista de 30 anos e uma idosa de 61 ao invadir a casa dela com o carro em Santa Maria. O alvará de soltura foi expedido na noite desta quinta-feira (15), três dias após ele ir para o Centro de Detenção Provisória (CDP). Sebastião Gomes é pai do ex-jogador do Santos Felipe Anderson e sairá do CDP na manhã desta sexta (16).

O advogado do motorista, Pedro Ramos, afirmou ao G1 nesta sexta, que Sebastião Gomes não vai falar com a imprensa após ser liberado da prisão. Ele disse que as informações só serão passadas por ele ou pela assessoria do filho.

Segundo a Polícia Militar, Gomes discutia com o homem na rua por conta de uma mulher com quem ambos teriam um relacionamento. A confusão teria começado porque o motociclista, que supostamente era ex-namorado da moça, estaria ameaçando ela. Ao acelerar em direção ao motociclista, o homem acabou invadindo a residência e matando a idosa, que dormia. As vítimas morreram na hora.

A assessoria do jogador Felipe Anderson, que atualmente joga no time italiano Lazio, informou que ele está ciente do caso, mas que não vai se pronunciar a respeito por estar muito abalado.

Pedro Ramos, afirmou que o atropelamento foi um acidente de trânsito. Segundo ele, o suspeito não tem nenhuma ligação com a vítima ou com a mulher. "Eu passei por uma bifurcação e perdi o controle", disse o suspeito, de 51 anos, antes de ser levado para o Departamento de Polícia Especializada na última segunda.

A PM informou que Gomes se apresentou à polícia logo após o crime, dizendo que acreditava ter atropelado uma pessoa. Segundo a Polícia Civil, ele fez o teste do bafômetro, que deu negativo para ingestão de álcool.

Vítimas

A mulher que morreu vivia com a mãe, de 85 anos, e tinha dois filhos. Vizinhos dizem que ela morava na quadra há cerca de seis meses. A mãe dela foi levada para a casa de parentes. "Ela estava dormindo. Eu espero que ela tenha morrido na hora, para pelo menos ter sido uma morte menos dolorida", disse um parente da vítima, que não quis se identificar.

Irmã do homem morto, Paola Cristina afirma que ele era namorado da mulher, e não ex, mas não soube dizer qual era o relacionamento dela com o homem que o atropelou. "A gente não sabe direito o que ele era dela. Eles tinham muito ciúme um do outro. Hoje de madrugada ela chamou ele para conversar", disse. "Não sei se ele foi atropelado na ida ou na volta."

Paola disse que ligou para a mulher após o crime, mas afirmou que ela está desaparecida. "Liguei para ela e perguntei por que ela fez isso. Ela só ficou calada e desligou", disse.

Uma moradora que reside a três casas do acidente disse que ouviu o barulho da batida por volta de 3h e imaginou que fosse um acidente. "Ele veio lá de cima e passou direto no quebra-molas. Daí quando vi, ele já tinha invadido a casa", disse ela, que preferiu não se identificar. A moradora afirma que o portão da casa caiu em cima do motociclista e que a moto também atingiu a casa.

A dona de casa Cléia Barbosa, de 31 anos, que vive na mesma rua, contou que dormia na hora da batida. "A gente achou que fosse perseguição policial, daí não saímos na hora. Ele não freou. Já foi entrando direto na casa e atropelando o moço", disse. Segundo Cléia, assim que o motorista bateu na casa, deixou o carro e fugiu a pé.