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Internacional
Sexta - 16 de Janeiro de 2015 às 17:08

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Milhares de pessoas saíram às ruas de Paris para protestar contra o ataque ao jornal
Milhares de pessoas saíram às ruas de Paris para protestar contra o ataque ao jornal

Após os ataques ao jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, na última quarta-feira (7) a população foi orientada a não deixar suas casas, bem como deixar as luzes apagadas como medida de segurança.

Apesar do clima de tensão noticiado pela imprensa francesa, estudantes brasileiras afirmaram ao R7 que a população local lida com a situação com muito respeito, porém sem mencionar o assunto em conversas triviais.

Segundo uma estudante brasileira que não quis ser identificada, o início de ano é um período de liquidações, portanto, as ruas estão lotadas.

— Na quarta-feira à noite, uma colega foi às compras com o pai e depois foram comer falafel [comida típica do Oriente Médio] em um bairro judeu. Ela não mencionou nada.

A estudante, que mora em Massy, no sul de Paris, chegou a ir à Paris no dia do atentado para jogar basquete com o time da faculdade AgroParisTech, onde cursa engenharia de alimentos. Ela e mais duas colegas francesas optaram por se deslocar de carro até o ginásio, e não utilizar o metrô, como o fazem normalmente.

— Eu nunca passei por isso então não sei como funciona. Elas [colegas francesas] disseram que como já aconteceu isso no passado, era melhor não usar o metrô.

Apesar de muito silêncio dentro da AgroParisTech, o clima também é de respeito e reflexão, comenta a estudante.

— Na faculdade está normal. Ninguém comenta nada. Eles [professores] mencionaram o assunto, mas não prolongaram muito. Uma professora de marketing exibiu uma apresentação de slides com tiras do Charlie Hebdo antes de começar a aula. Ela disse apenas que estava fazendo aquilo, pois o momento é de reflexão, era uma forma de mostrar sentimento aos mortos.

Na quinta-feira (8), a coordenação da universidade convidou os alunos via e-mail a fazerem um minuto de silêncio onde quer que estivessem, às 12h. Segundo o comunicado, não haveria discurso.

Ao que indica a estudante, as informações com orientações sobre mudanças na rotina da população, como o hábito de utilizar o metrô, foram informados pelos jornais locais.

— Eu uso o aplicativo do Le Monde. Nessa sexta-feira (9), eles afirmaram que a estação Trocadero [utilizada para chegar à Torre Eiffel] estaria fechada, ou seja, os trens passariam reto. Primeiro, eles afirmaram que teriam pessoas armadas na estação, mas depois desmentiram o boato.

Em Paris, é comum ver homens fardados e armados circulando entre civis nos metrôs e aeroportos, realidade diferente do Brasil e que chocou a estudante, que vive no país há sete meses.

— Isso foi algo que me assustou. No começo, achava desnecessário, agora mudei minha opinião.

Enquanto frequentadores da AgroParisTech se manifestam por meio do silêncio, alunos da Engees (Escola Nacional de Engenharia da água e do Meio Ambiente), em Estrasburgo, região leste do país, optaram pela mobilização física e virtual.

“Os estudantes não têm costume de se comunicar pelas redes sociais, eles usam mais o e-mail da faculdade. E na quarta-feira (7), eles enviaram um comunicado pedindo para que todos publicassem no Facebook a frase ‘Je Suis Charlie’ [ Eu Sou Charlie, em português]”, afirma Larissa Pires, de 21 anos, estudante brasileira da Engees.

Larissa também contou que os alunos convocaram um encontro em uma praça próxima ao centro acadêmico.

— Na faculdade estão todos bem sensíveis e aumentou o número de policiais na rua. Na quarta-feira (7), o pessoal se juntou na praça Kleber às 20h em protesto para homenagear os mortos e em respeito ao ocorrido.





Fonte: Do R7

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