PF nega que Paulo Roberto Costa tenha enterrado dinheiro em piscina Segundo delegado da PF, foram feitas buscas na casa de Paulo Roberto. Não há indícios de compartimento na piscina, afirma delegado.
A Polícia Federal (PF) negou na sexta-feira (16) que o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa aterrou a piscina de casa, no Rio de Janeiro, para esconder dinheiro. A PF fez buscas no local e não encontrou nada. A denúncia do dinheiro escondido foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta sexta.
"Foram realizadas buscas na residência de Paulo Roberto Costa em duas oportunidades no ano de 2014. Não foi encontrado qualquer indício da existência de compartimentos na área onde anteriormente havia uma piscina. Da mesma forma, não há indícios da ocultação de valores, documentos ou quaisquer itens no local", diz um trecho da nota. A informação referente ao dinheiro escondido na piscina já é anterior ao depoimento prestado pelo policial afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como "Careca", à Polícia Federal após a sua prisão, em novembro do ano passado.
Em entrevista ao G1, o delegado Igor Romário de Paula, da PF, disse que das buscas foram realizadas na casa do ex-diretor da Petrobras, nos dias 17 e 19 de março. “Equipamentos de perícia foram utilizados para ver se tinha algo embaixo, mas não apontou nenhum indício de ter um compartimento ali”, afirmou o delegado Igor. “Todo o dinheiro foi apreendido em março. Depois disso, nada se confirmou que ele estaria ocultando valores”, garantiu o delegado. De acordo com Igor Romário de Paula, o policial afirmou fatos – que já eram de conhecimento da PF – que não foram comprovados: “Não trouxe nenhuma comprovação”.
O delegado ainda esclareceu que, quando Paulo Roberto Costa comprou a casa, já havia a piscina. Conforme o delegado, ela foi aterrada em 2009.
O policial Jayme de Oliveira Filho foi solto alguns dias depois da prisão temporária, ainda em novembro de 2014. Ele foi um dos suspeitos presos na sétima fase da Operação Lava Jato, da PF. Um dia após a soltura do agente, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, determinou que o agente da Polícia Federal fosse afastado da função no órgão.
Paulo Roberto Costa foi preso em março de 2014, durante a Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A operação investigou um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. Costa foi libertado em 19 de maio por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Na ocasião, o ministro tomou a decisão após pedido de advogado de Costa, que questionou a competência do juiz do Paraná de conduzir o processo, em razão do envolvimento de parlamentares.
O ex-diretor voltou a ser preso em 11 de junho – o Ministério Público apontou risco de fuga devido a supostas contas que ele mantém na Suíça. Depois de firmar um acordo de delação premiada, Paulo Roberto Costa passou a colaborar com as investigações e, em troca, obteve o benefício da prisão domiciliar.
Entenda a Lava Jato
A Operação Lava Jato começou investigando um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. A investigação resultou na descoberta de um esquema de desvio de recursos da Petrobras, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
Na primeira fase da operação, deflagrada em março de 2014, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe do esquema, e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
A sétima fase da operação policial, deflagrada em novembro do ano passado, teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras em um valor total de R$ 59 bilhões. Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal.
Ao todo, foram expedidos na sétima etapa da operação 85 mandados em municípios do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Distrito Federal. Conforme balanço divulgado pela PF, à época, 25 pessoas foram presas. Também foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão e foram expedidos nove mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir à polícia prestar depoimento), mas os policiais conseguiram cumprir seis.
Atualmente, 11 executivos continuam presos na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. Além deles, o doleiro Alberto Youssef, o lobista Fernando Baiano, e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró também estão presos no local.
Comentários