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Saúde
Segunda - 19 de Janeiro de 2015 às 15:22

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Além disso, para conquistar a confiança das mães, as últimas consultas do pré-natal ocorrem no hospital e não mais no consultório.

— Elas vão conhecer as equipes de saúde, em dias diferentes às consultas, depois da 36ª semana e aguardar a 40ª semana ou o trabalho de parto para ter o neném, porque acontecia de o bebê nascer antes de 'estar maduro'.

A Unimed também contratou mais enfermeiras obstetras e doulas.

— As enfermeiras assumiram um papel fundamental nas equipes e isso mudou totalmente o resultado. A enfermagem [permite] uma formação para cuidar das pessoas, sem intervenção. Elas [enfermeiras] estão lá para acompanhar a evolução do parto, já o médico vem de uma cultura de intervenção.

Na opinião do presidente da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), Etelvino Trindade, a participação de mais enfermeiras obstetras nas equipes de parto ajuda de fato a reduzir o número de cesáreas. A entidade destaca também a importância de mudanças na formação dos médicos, para que o parto normal humanizado – com o mínimo de intervenções possível — seja realidade:

— O estudante só vê cesariana. Então, chega na hora, ele acaba preferindo.

Outra mudança foi remunerar os médicos pelo critério de plantões e não mais por partos.

— Essa situação evita que os médicos fiquem aguardando a paciente por horas, como acontece no parto normal, para ganhar por um único procedimento. Os médicos devem recomendar a cesáreas por critérios técnicos.

De acordo com o coordenador da iniciativa, todo o projeto de humanização do parto nas unidades é fundamentado em qualidade e segurança.

— Fazemos o parto como o SUS [Sistema Único da Saúde] preconiza, porque, historicamente, o parto normal pode ser traumático. Atualmente, o índice de cesarianas na rede privada é 84%, enquanto na rede pública, 40%.

O novo modelo de assistência ao parto em unidades da Unimed foi citado como referência no encontro Ecos da 9º Conferência — Normal é Natural: da Pesquisa à Ação, realizado com especialistas de todo o mundo, em 2014, no Rio de Janeiro, e consta na pesquisa Nascer no Brasil , da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), feita em 266 hospitais.

Com o objetivo de reduzir o número de cesarianas, o Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, também vai rever os procedimentos no atendimento a gestantes. A partir de fevereiro, a entidade põe em prática acordo de cooperação inédito com a ANS (Agência Nacional de Saúde) para servir de referência à rede privada.

As ações incluem atendimento 24 horas por médicos e enfermeiras obstetras, o uso de recursos para alívio da dor no parto, educação continuada da equipe e estímulo à presença do acompanhante, baseadas em recomendações do IHI (Institute for Healthcare Improvement) — organização americana que atua para melhorar a segurança e a qualidade no cuidado aos pacientes.

Segundo a gerente de ANS (Assistência à Saúde da Agência Nacional de Saúde), Karla Coelho, as experiências do Albert Einstein e de unidades da Unimed avançam na redução das cesarianas desnecessárias e são referência.

— Precisamos disponibilizar informações à mulher sobre parto normal, de parceria com as entidades médicas que estão se aproximando para apoiar iniciativa da ANS — junto com as universidades, que fazem as pesquisas e, por fim, da mudança nas maternidades.





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