Mãe acredita que jovem sobreviveu a acidente por “milagre” Rafael Lodi, de 19 anos, escapou com vida de acidente que matou três amigos
A família de Rafael Lodi, 19 anos, o único sobrevivente do acidente automobilístico na região da Patagônia, na Argentina, afirmou que foi um “milagre” o jovem não ter morrido na tragédia ocorrida no último dia 11 e que vitimou três pessoas.
“Ele está muito bem. É só um milagre para dizer como ele está, porque ele, praticamente, não tem sequela nenhuma. Só arranhões e um olho que está roxo. Mas isso, com 30 dias, já estará normal. Só um milagre para explicar, porque não tem outra explicação. Poderia ter acontecido de tudo com ele. Ele nasceu de novo”, afirmou ao MidiaNews a mãe de Rafael, Ivonete Jaques, nesta segunda-feira (19).
Eles chegaram da Argentina no domingo (18) e já estão em casa, no município de Carlinda (762 km ao Norte de Cuiabá).
Rafael tem sido questionado sobre o acidente, mas tem preferido não comentar muito sobre ocorrido, segundo Ivonete, porque não se lembra da tragédia.
Até o momento, ele contou apenas que estava dormindo e acordou com o susto. O veículo em que estava - um VW SpaceFox - foi atingido de frente por um caminhão que seguia em direção oposta.
Na colisão, o casal de namorados João Luiz Angelo Pita, 28 anos, e Luciola Zanirato, 31 anos, e o estudante Marcel Ramos Vargas, 26 anos, morreram no local. "Ele está muito bem. É só um milagre para dizer como ele está, porque ele, praticamente, não tem sequela nenhuma. Só arranhões e um olho que está roxo"
“Eles tinham colocado, no banco traseiro, muito edredom e travesseiros, e ele colocou o cinto de segurança, deitou de lado, em cima dos travesseiros, e estava dormindo. Foi por isso que ele sobreviveu. Aqueles travesseiros absorveram o impacto da colisão”, disse a mãe.
Rafael teve apenas escoriações leves e quebrou a clavícula, devido ao uso do cinto de segurança. Contudo, não teve de passar pela cirurgia inicialmente prevista.
“Ele é alto e estava com a cabeça abaixada, senão ele poderia ter tido um traumatismo craniano, algum problema na coluna ou algo mais grave. Agora, ele tem que deixar imobilizada a clavícula durante 90 dias, para se recuperar. Mas, ele está muito bem. Faz tudo sozinho”, disse.
De acordo com Ivonete Jaques, o período em que o rapaz passou no Hospital de Rio Gallegos, capital da Província de Santa Cruz, foi o melhor possível, em vista de ele estar sozinho e sem documentos.
Rafael ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, depois, foi para o quarto, onde permaneceu até seu último dia na unidade de saúde.
“Lá são dois pacientes por quarto, mas eles o deixaram sozinho em um quarto. Pessoas do Brasil e Argentina ajudavam a gente, nos davam todo o apoio. Quando cheguei a Buenos Aires, todos estavam sabendo. Já tive apoio e informação do Consulado do Brasil na Argentina”, disse.
Segundo ela, o rapaz recebeu ainda a visita da irmã de Lucíola, uma das vítimas do acidente. Já em Cuiabá, participou de uma homenagem à jovem, em Chapada dos Guimarães.
Esses foram os únicos contatos do rapaz com as famílias das vítimas.
“Ele está muito abalado com a perda dos amigos e está muito sentido. Mas, passa bem. Acredito que vai manter o contato com todos. Foram muito atenciosos com ele. Ele perdeu bons amigos”, completou.
A tragédia
A colisão frontal entre o VW SpaceFox placa OBM-5413 e o caminhão ocorreu na rota para Rio Gallegos, capital da Província de Santa Cruz.
A tragédia aconteceu por volta das 11h do último dia 11. O veículo ficou com sua frente e cabine destruídas e caminhão tombou na pista.
Marcel Vargas, João Luiz Angelo Pita e Lucíola Zanirato morreram na hora.
Rafael Lodi e o motorista do caminhão, que não teve o nome revelado, foram encaminhados para um hospital da região.
A operação de resgate de feridos, a perícia da polícia e a retirada dos veículos duraram aproximadamente oito horas.
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