Perícia conclui que bala perdida que matou Larissa partiu de uma distância de até dois quarteirões

O tiro que matou Larissa de Carvalho, de 4 anos, foi disparado de uma distância de até dois quarteirões do local onde a menina foi atingida, na Rua Rio da Prata, em Bangu. A conclusão é resultado de uma perícia feita no local, ontem, por agentes da Divisão de Homicídios (DH). Os policiais também já sabem que o tiro não partiu de um fuzil. Agora, um laudo feito por profissionais da especializada vai determinar se o calibre da arma que deu o disparo era 9mm, 38 ou ponto 40 — esta última de uso exclusivo da polícia. O próximo passo da investigação, segundo agentes da especializada, é juntar imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos próximos ao local, que possam ter registrado o momento do disparo.

— Já descartamos o uso de fuzil no disparo. Agora, um trabalho técnico da perícia vai determinar o trajeto feito pela bala — afirmou o delegado Giniton Lages, responsável pelo caso.

A bala atingiu a parte de cima do crânio de Larissa quando a menina saía do restaurante Sopão do Nem, onde a família jantava. No meio da rua, ela desmaiou. Os parentes só perceberam que se tratava de um tiro, quando notaram o sangue. Hoje, parentes da menina serão ouvidos na sede da especializada.

Pela manhã, parentes e amigos da menina acompanharam seu enterro no cemitério Jardim da Saudade, em Paciência. Com uma camisa branca com uma imagem de Larissa, sua mãe, Mileni de Carvalho, passou mal e não acompanhou o cortejo da filha.

No mesmo fim de semana em que Larissa foi atingida, balas perdidas ainda fizeram outras duas vítimas na cidade. Asafe William Costa de Ibrahim, de 9 anos, foi baleado no Sesi de Honório Gurgel, na Zona Norte, na tarde de domingo. A bala que o atingiu se alojou em seu olho esquerdo. Asafe está internado no Hospital estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, e segundo a Secretaria estadual de Saúde, seu estado é gravíssimo. A 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) investiga o fato. O pai da vítima foi ouvido e os funcionários do clube estão sendo chamados para depor.

Já Carlos Eduardo Rodrigues de Paula, de 33 anos, foi atingido de raspão na cabeça por um tiro de fuzil, na Vila Aliança, em Bangu, quando lanchava com a família na noite de sexta-feira. Carlos está internado, em estado estável, no Hospital estadual Alberto Torres, em São Gonçalo. De acordo com a 34ª DP (Bangu), agentes aguardam a liberação médica da vítima para que ela possa prestar depoimento e procuram testemunhas e câmeras de segurança que possam esclarecer de onde partiu a bala.