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Nacional
Quinta - 22 de Janeiro de 2015 às 07:33

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Mariana Queen/R7
Cartaz apresentado durante audiência da CPI nesta quarta-feira
Cartaz apresentado durante audiência da CPI nesta quarta-feira

Em 2002, uma aluna do campus da USP em Piracicaba, interior de São Paulo, foi abusada sexualmente por oito estudantes da instituição durante uma festa em uma república. Os agressores publicaram detalhes do ato na internet. Na época, a estudante e sua família procuraram a prefeitura do campus e a direção da universidade para a tomada de providências. Nada foi feito.

O caso foi revelado no início deste ano a uma das audiências da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), instaurada para investigar a violação de direitos humanos nas universidades do Estado durante trotes e festas estudantis.

Durante a audiência realizada nesta quarta-feira (21), o prefeito do campus na época do ocorrido, Marcos Vinicius Folegetti, atual chefe do departamento de engenharia da Esalq (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"), relatou que nunca teve conhecimento sobre a realidade do caso.

— [Em reunião para apurar o caso na época] o encaminhamento foi, em primeiro lugar, que a aluna declarasse o que ocorreu. Ela disse: ‘não quero relatar nada, quero que tirem as informações sobre mim da internet’.

Folegetti afirma que a falta de denúncia do caso, quando isso era esperado, fez com que nenhuma sindicância fosse aberta.

— A sindicância não ocorreu porque não houve a denúncia. Nunca foi mencionada a palavra estupro. Estou tomando conhecimento que isso ocorreu agora. Quando fomos atrás disso, já tinham sido tiradas as informações da internet.

O professor relata, ainda que, no período, os alunos que publicaram detalhes do abuso na internet foram identificados pelos colegas e acataram a recomendação de retirar as informações do ar.

Os deputados presentes na audiência — entre eles os presidente da CPI, deputado Adriano Diogo (PT) — questionaram a passividade da direção e da prefeitura frente à falta de informações.

“Qual o papel dos conselhos de repúblicas de Piracicaba?”, perguntou Adriano Diogo, lembrando que o grupo de repúblicas ministrado pelos alunos é conhecido pela direção da Esalq.

Folegetti respondeu apenas que “ele é algo que está fora da universidade”.

— Existem repúblicas ‘trotistas’ e não ‘trotistas’ que participam do grupo. Isso torna tudo mais complexo.





Fonte: Do R7

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