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Nacional
Segunda - 26 de Janeiro de 2015 às 12:21

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Reprodução/Facebook
Suspeito é da PM de Joinville
Suspeito é da PM de Joinville

O policial militar Luis Paulo Mota Brentano, suspeito de ter atirado no surfista Ricardo dos Santos, que morreu no dia 20 de janeiro, enviou um nota oficial neste domingo (25) por meio do seu advogado onde afirma que "jamais iria disparar contra uma pessoa, a não ser em defesa própria ou de terceiros". O PM de 25 anos segue alegando que agiu em defesa própria e do irmão menor. Ele também diz lamentar "sinceramente e profundamente o ocorrido". A prisão preventiva dele foi decretada um dia após a morte da vítima.

Ricardinho, como o surfista é conhecido, e o suspeito teriam se desentendido em frente à casa do atleta, na Guarda do Embaú, em Palhoça, município da Grande Florianópolis em 19 de janeiro. O policial confessou ter dado dois tiros na vítima. As balas perfuraram vários órgãos internos e Ricardinho morreu no hospital no dia seguinte.

Primeiramente, na nota, o suspeito lastima o fato: "lamento sinceramente e profundamente o ocorrido, desejando muita força e serenidade aos familiares e amigos dele e de minha pessoa, pois tenho certeza que estão sofrendo muito".

Ele ainda registra novamente que agiu em defesa própria "cujas provas serão oportunamente produzidas, esperando que a apuração dos fatos não seja prejudicada pela grande comoção social".

No texto, ele afirma que colaborou com a investigação, "dispondo-me à realização dos exames e aos esclarecimentos necessários, além de relatar tudo aos meus superiores hierárquicos, prontamente".

Por fim, dirige-se ao público: "Aqueles que me conhecem e já trabalharam comigo sabem que eu jamais iria disparar contra uma pessoa, a não ser em defesa própria ou de terceiros". E faz um pedido: "àquelas pessoas que não me conhecem, rogo que tenham cautela e prudência ao me pré-julgarem".

Prisão preventiva

A Justiça converteu a prisão do suspeito de flagrante para preventiva. O pedido foi feito pelo Ministério Público de Santa Catarina e a decisão foi emitida pela 1ª Vara Criminal de Palhoça no dia 21 de janeiro. Brentano está preso no Batalhão da Polícia Militar de de Joinville, no Norte do estado, onde está lotado desde 2008.

Na decisão, o juiz observa as circunstâncias do crime e afirma que a prisão cautelar do policial se justifica pela necessidade de se assegurar a ordem pública. "[...] Sobretudo quando a vítima era morador e nativo daquela localidade, esportista e quando do acontecido simplesmente ajudava o avô a realizar algum conserto na residência dele. O acusado, por sua vez, é policial militar, agente que deveria zelar pela ordem e segurança da sociedade mas que, ao contrário, cometeu o crime estando fora de serviço, severamente embriagado [...], fazendo uso da arma que lhe é cedida pela Polícia Militar do Estado de Santa Catarina, deixando de prestar ou solicitar socorro algum à vítima Ricardo e, tampouco, comunicar à polícia", diz a decisão.

Diferentes versões

A polícia ainda não sabe o que causou o desentendimento entre Ricardinho e o PM. Em uma das versões, tertemunhas dizem que o policial estaria consumindo drogas em frente à casa do surfista, o que teria causado do desentendimento entre os dois. O laudo toxicológico já comprou que Brentano consumiu álcool no dia do crime, mas não outras drogas.

Outra versão indica que Ricardinho havia pedido para Brentano retirar o carro de cima de um cano na frente da casa do surfista, que ele e o avô precisavam consertar. Segundo moradores, o policial reagido de forma agressiva ao pedido, mas os dois não teria chegado a ter uma discussão.

Quando todos achavam que o PM estava saindo com o veículo, ele sacou uma pistola e atirou duas vezes contra Ricardo. A polícia deve fazer uma resconstituição para confirmar o que realmente aconteceu.

A polícia vai confrontar as versões apresentadas pelas testemunhas durante a reconstituição que vai ocorrer na tarde da próxima terça (27). O delegado Marcelo Arruda, responsável pelo caso, disse que quer esclarecer as dúvidas que surgiram a partir dos depoimentos das testemunhas. Ele também afirmou que o fato do suspeito lamentar o ocorrido ou se arrepender não muda a investigação. O inquérito deve ser entregue à Justiça na quinta (29).





Fonte: Do G1 SC

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