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Saúde
Sexta - 21 de Setembro de 2012 às 17:59
Por: RICARDO BRANDT

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Começam na terça-feira, 25, as consultas e os exames nos bebês nascidos entre janeiro e junho deste ano, na ala 3 da maternidade do Hospital Madre Theodora, em Campinas (SP), para identificação de possíveis novos casos de tuberculose. A medida foi anunciada nesta quinta-feira pela Secretaria Municipal de Saúde, após a contaminação de três recém-nascidos na unidade. Serão analisadas 354 crianças que passaram pela mesma ala e que tiveram contato com uma técnica em enfermagem do hospital, que estava com a doença. Ela é apontada como foco do surto investigado pela Secretaria de Saúde e pelo hospital.

 

 

Esse é o segundo caso no mundo descrito na literatura médica de transmissão inter-hospitalar de tuberculose em recém-nascidos - o primeiro aconteceu na Itália. As três crianças contaminadas foram diagnosticadas em agosto e já passam por tratamento.

 

Os pais dos 354 bebês receberam cartas em suas residências com a convocação para os exames. Os testes serão feitos em uma clínica particular no bairro Cambuí, em Campinas, que não teve o endereço divulgado. Nas cartas, as famílias foram orientadas a ligar para o local para agendamento das consultas. Segundo o hospital, todas as famílias dessa primeira fase de exames já receberam a notificação. Quem não recebeu é porque a criança não está no grupo.

 

Em uma segunda etapa, outras mil crianças que nasceram também no mesmo período, mas que não tiveram, pelos registros, contato direto com a enfermeira que transmitiu a doença, serão chamadas e avaliadas.

 

O diretor do Madre Theodora, Sérgio Luiz Ponciano, explicou que após as consultas e os resultados dos exames, se for constatado algum novo caso de contaminação, essas crianças passarão por tratamento por pelo menos dois anos.

 

Doença

 

A tuberculose é uma doença infecciosa que tem cura. Em recém-nascidos, tanto o diagnóstico como o tratamento são mais difíceis. Transmitida pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch, é uma doença conhecida por afetar principalmente os pulmões, mas também pode atingir ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). Transmitida pelo ar, por gotículas que saem dos pulmões quando tossimos, espirramos ou falamos, bebês não são considerados transmissores da bactéria.

 

Uma das características mais comuns para identificação da tuberculose em adultos é tosse com duração superior a três semanas. Em bebês, não há tosse. Sintomas como febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento, comuns nos adultos, também não aparecem. Geralmente as crianças apresentam problemas pulmonares, que são tratados e retornam, e dificuldades de ganho de peso. Para análise das crianças, foi montado pela Secretaria de Saúde um protocolo de diagnóstico em parceria com as universidades de Campinas.

 

Ele prevê, entre outras coisas, análise de curva de crescimento, desenvolvimento dos bebês, raio X de tórax e testes com reagentes. Para prestar esclarecimentos aos familiares, o Madre Theodora está divulgando dois telefones: o 0800-9402373 e o (19) 3756-3000.






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