40% dos atendimentos em Cuiabá são a vítimas de acidentes e violência Acidentes de trânsito consomem metade dos recursos do Pronto-Socorro. Segundo superintendente, aumentou atendimento às vítimas de acidentes.
Vítimas de violência e de acidentes de trânsito correspondem a 40% dos pacientes atendidos no Hospital e Pronto-Socorro de Cuiabá, atualmente. De acordo com a direção da maior unidade de saúde de Cuiabá, as despesas com esses atendimentos também são alarmantes. Praticamente, a metade dos recursos destinados à saúde na capital é gasto no atendimento a esses casos.
O superintendente da unidade, Glen Carlo de Arruda, disse que aumentou muito o número de casos. "Quantitativamente, aumentou-se muito o número de casos e hoje 50% que se gasta com a saúde de atenção terciária é com esses pacientes vítimas de politraumatismo. O número crescente é o grande desafio [do setor]. A conscientização é a maior prevenção. E o que nos causa mais dor é ver pacientes jovens envolvidos nesse tipo de acidente", afirmou.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aponta que a maioria dos atendicmentos acontece às segundas, terças-feiras e domingos. Outro estudo mostra que o investimento para atender a toda demanda de acidentes no estado chama a atenção, como destaca a pesquisadora Flávia Dias.
"Em torno de R$ 1 bilhão é gasto [em Mato Grosso] com as internações durante um ano [esse valor é referente ao ano de 2012], só dos acidentes de trânsito, gera mais de 45 mil internações. O tempo de permanência varia de 3 a 300 dias", declarou a pesquisadora.
O estudo analisou o perfil das vítimas de acidentes e de violência em 14 cidades de Mato Grosso. Nesse grupo, Rondonópolis e Sinop são responsáveis por 43% das vítimas, conforme o levantamento.
A pesquisa não envolve Cuiabá, porque o Ministério da Saúde já faz esse levantamento por ser a capital do estado. Mas, segundo o superintendente do Pronto-Socorro de Cuiabá, a situação de Cuiabá é semelhante a dos municípios pesquisados.
A estudante Jad Marcela Laranjeira, de 23 anos, sofreu três acidentes de moto no ano passado, em Cuiabá. No último, teve um corte profundo no pé, levou 15 pontos e, como consequência, ficou três meses sem sair de casa e ainda se recupera da lesão. Agora, ela tem ciência do quanto o trânsito é perigoso. "Vejo que ninguém respeita os motociclistas e também os motociclistas não respeitam os carros. Então, sem esse respeito, sempre vai ocorrer acidentes", disse.
A maioria das vítimas é jovem e do sexo masculino. Conforme a mestranda Flávia Guimarães, que estuda o projeto, o objetivo da pesquisa é identificar as necessidades das pessoas que ficam com sequelas e buscar soluções para auxiliá-las.
O levantamento aponta que dos atendimentos nas unidades de urgência e emergência as vítimas de acidentes de trânsito são as mais comuns.
Comentários