Petrobras vê folga no caixa em 2015 com baixa do petróleo Petroleira projeta uma geração operacional de R$ 28 bilhões a R$ 32 bilhões no ano que vem
A Petrobras projeta uma situação de "folga" em seu caixa em 2015, com a combinação de baixas cotações internacionais do petróleo e manutenção dos preços domésticos de combustíveis, o que garantirá liquidez, sem necessidade de recorrer a novas dívidas, disse a companhia nesta quarta-feira.
A Petrobras projeta uma geração operacional de R$ 28 bilhões a R$ 32 bilhões em 2015, incluindo pagamento de impostos, antes dos juros, dividendos e amortizações.
A empresa trabalha com projeções de preços do petróleo Brent entre US$ 50 e US$ 70 por barril e taxa de câmbio entre R$ 2,60 e R$ 2,80 por dólar.
"Nossa posição de caixa vem sendo favorecida pela forte redução do preço do Brent nos últimos 3 meses e possui folga em relação aos valores que julgamos suficientes para manter nossas operações com a liquidez necessária ao longo do ano", disse a presidente da empresa, Maria das Graças Foster, em comentários publicados junto com o balanço não auditado da companhia para o terceiro trimestre de 2014.
Depois de longo período de defasagem dos preços da gasolina e do diesel no Brasil na comparação com o mercado internacional, com grandes prejuízos para a área de abastecimento, a Petrobras vive atualmente situação oposta: lucra com a venda de combustíveis no mercado doméstico acima dos patamares globais.
"A companhia reafirma a manutenção da política de preços de diesel e gasolina não repassando a volatilidade do mercado internacional, o que, na situação atual, favorece excepcionalmente o caixa", afirmou a executiva. O Brent acumula perdas de quase 60% desde junho.
Graça Foster, como a presidente da empresa prefere ser chamada, reforçou que não haverá necessidade de recorrer a novas dívidas em 2015.
Em relação aos investimentos, a Petrobras disse que irá reduzir o ritmo de alguns projetos, principalmente os que teriam baixa contribuição ao caixa nos próximos dois anos.
O orçamento para 2015 deve ser de US$ 31 bilhões a US$ 33 bilhões. Considerando a faixa de câmbio prevista pela estatal para este ano, os investimentos poderiam ficar entre R$ 80,6 bilhões e R$ 92,4 bilhões (média de R$ 86,5 bilhões), não muito distante da projeção de R$ 83,4 bilhões que chegou a ser feita meses atrás.
A Petrobras disse ainda que poderá manter o nível de desinvestimento em 2015 semelhante ao verificado em 2014, dependendo da evolução das condições de mercado.
Em relação à produção de petróleo no Brasil, a estatal planeja aumentar o volume em 4,5% em 2015 ante 2014, com variação de 1 ponto percentual na meta para mais ou para menos.
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