Procuradoria mexicana reafirma que "não há dúvida" de que estudantes foram assassinados e incinerados Já em novembro de 2014, Jesus Murillo Karam havia afirmado que jovens tinham sido mortos
A Procuradoria-Geral do México reafirmou na terça-feira (27) que os 43 estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, estado de Guerrero — desaparecidos há quatro meses, foram executados e incinerados. Em entrevista coletiva, na Cidade do México, o procurador-geral, Jesus Murillo Karam, disse que "não há dúvida” sobre a morte dos jovens.
“Com base nas investigações e análises das provas e dos fatos, podemos dizer que não há dúvida de que os estudantes foram privados de liberdade, depois incinerados e jogados no leito do Rio San Juan [município de Cucula, estado de Guerrero]”, afirmou.
Em novembro do ano passado, o procurador já havia dito que os jovens tinham sido assassinados e queimados, após a confissão de sicários (assassinos de aluguel) ligados a narcotraficantes e ao ex-prefeito da cidade de Iguala, Ángel Aguirre.
Na coletiva, o procurador atribuiu a morte dos estudantes a um grupo criminoso local, mas procurou afastar as denúncias de envolvimento do governo federal nos crimes.
“O Exército não participou dessa ação”, afirmou. Após a comprovação do envolvimento do ex-prefeito de Iguala com grupos narcotraficantes da região, a imprensa local revelou que a procuradoria teria denúncias e provas do envolvimento de entes diretos do governo federal no crime. Mas, na entrevista, o procurador afastou as denúncias.
A Agência Brasil visitou a região e conheceu as famílias dos jovens desaparecidos. O sumiço dos jovens causou uma série de protestos mundiais contra a impunidade no México, e chamou a atenção para os mais de 22 mil desaparecidos nas últimas décadas.
Na segunda-feira (26), os pais dos estudantes completaram quatro meses de busca de informações para esclarecer a verdade dos fatos, que culminaram com o desaparecimento e confirmação da morte dos estudantes.
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