Anfavea propõe subir mistura de etanol na gasolina de 25% para 27% Fabricantes se reuniram com governo, mas nada foi decidido sobre o tema. Produtores de etanol dizem que há condições de atender à demanda extra.
O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, declarou nesta segunda-feira (2), após reunião com produtores de etanol e com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, no Palácio do Planalto, que o setor concordaria com o aumento da mistura do etanol anidro na gasolina dos atuais 25% para 27%. Porém, nada foi decidido sobre o assunto até o momento.
"Nós chegamos à conclusão para uma proposta quanto à misutra do etanol na gasolina. A proposta de consenso foi de 27% de mistura do etanol na gasolina comum e manutenção da atual mistura para os combustíveis premium. Dessa maneira, o ministro Aloizio Mercadante vai encaminhar essa proposta para a presidente Dilma para ela tomar uma decisão final sobre o assunto", disse Luiz Moan, presidente da Anfavea.
Recentemente, a nova ministro da Agricultura, Kátia Abreu, informou que o governo iria anunciar na primeira semana de fevereiro um aumento na mistura de etanol à gasolina - que entraria em vigor 90 dias depois, dando fim a um longo debate entre poder público e diferentes setores industriais sobre o assunto. Naquela ocasião, a ministra disse também que o novo percentual ainda não estava decidido.
Testes em veículos
Segundo o presidente da Anfavea, haverá uma nova reunião sobre o assunto em abril. De acordo com Moan, testes de durabilidade nos automóveis que têm sido feitos pelas montadoras. Outros testes, de desempenho, segundo ele, já foram feitos e não indicaram problemas para os veículos.
"Em abril teremos uma nova reunião porque nós precisamos até o fim do mês de março concluir os testes de durabilidade para a nova mistura. Os estudos da Petrobras não indicaram nenhum problema, e foram testes de campo, de desempenho. Então, concomitantemente, acordamos com a Petrobras que teríamos dois testes, o de desempenho e o de durabilidade, que é o mais demorado", disse.
Questionado sobre se haverá alteração no preço do litro da gasolina para o consumidor em razão da mudança na mistura, Moan disse que o assunto é uma questão das distribuidoras e que não cabe à Anfavea fazer esse tipo de projeção.
Produtores de etanol
Segundo Elizabeth Farina, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), que também participou da reunião com Mercadante, o ministro se comprometeu a discutir o assunto nesta terça (3) com a presidente Dilma Rousseff.
"O ministro Mercadante se comprometeu a levar o que foi conversado hoje para a presidente amanhã e, dentro dessa proposta, existe também a proposta de que o aumento da mistura passe a vigorar a partir do dia 16. Claro que isso tudo está sujeito à aprovação da presidente Dilma, mas a sinalização dele [ Mercadante] já foi muito positiva", disse Farina.
Questionada sobre se o setor sucroalcooleiro conseguirá atender ao aumento de demanda, Elizabeth Farina disse que há estoque para um mês de consumo após início da safra e que faz parte do “dia a dia” o monitoramento da produção.
“Tem havido um acompanhamento da chamada mesa tripartite regularmente, isso já faz parte do dia a dia do abastecimento de combustíveis no Brasil. Houve uma reunião a respeito do assunto na semana passada e não existe nenhuma preocupação com o abastecimento, não só na entressafra, mas temos também estoque para um mês de consumo depois que começar a safra”, garantiu ela.
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