Empresário foi sapateiro e faliu antes de criar sua franquia "Meu pai foi joalheiro, mas eu sempre quis fugir disso. Queira ter o meu próprio negócio", afirma Wilson Giustino, fundador do Cebrac
Um aprendiz de sapateiro que tornou-se empreendedor, foi roubado, começou do zero e hoje é dono de franquia.
Parece um conto de fadas, mas esta é a história de Wilson Giustino, criador da rede de franquias educacionais Centro Brasileiro de Cursos (Cebrac), que tenta atrair os olhares de novos investidores na Feira do Empreendedor do Sebrae, que acontece no Anhembi, em São Paulo, entre os dias 7 e 10 de fevereiro.
Ainda jovem, aos 12 anos, Giustino trabalhou em uma fábrica de sapatos para tornar-se “independente e ter o próprio dinheirinho". Em pouco tempo, passou de aprendiz para montador e ganhava os mesmos salários dos adultos em uma fábrica na zona leste de São Paulo.
"Meu pai sempre foi joalheiro, mas eu sempre quis fugir disso e ter o meu próprio negócio. Eu sempre quis ser independente", afirmou Giustino.
Aos 14 anos, largou o emprego na empresa de calçados e foi trabalhar como vendedor em uma loja de materiais elétricos, também na zona leste, onde ficou por dois anos na empresa até virar gerente com 16 anos, em outra loja do setor.
Ele largou a carreira de gerente aos 18 anos e foi ajudar os primos nos negócios da família, a fabricação de joias. Dois anos depois, montaria sua primeira empresa também no ramo de joias.
Porém, aos 22 anos, a história teve um revés. Um assalto, em meados da década de 1980, fez com que tivesse o maior problema de sua vida empresarial. Na conversão atual, o prejuízo seria de cerca de R$ 1 milhão.
"Fui obrigado a fechar as portas e recomeçar vida nova em Campinas", explica 'Senhor Wilson', como é chamado entre os amigos.
Virada de vida
Na cidade no interior paulista, Giustino conseguiu emprego em uma escola, onde atuava como administrador e vendedor. Nela, viu a oportunidade de crescimento em um setor que ainda dava os primeiros passos no Brasil, a informática, e vendia cursos na região.
"A virada de vida profissional realmente foi muito difícil. Mas, mesmo como vendedor, eu ganhava muito bem", afirmou o empresário.
Questionado pelo Terra se teve dificuldades no início, por mudar de setor, o empresário disse que, por ter o tino "do vendedor" e por ter o constante contato com o público, não foi muito difícil.
"Realmente, eu tive outras oportunidades, outros trabalhos. Mas este era um negócio muito bom. Eu visitava empresas, daí eu comecei a visitar escolas e comecei a ter matrículas e ver o negócio crescer", afirmou Giustino.
Em pouco tempo, ele percebeu que os cursos de informática oferecidos pelo Cebrac - na época Centro Brasileiro de Computação, de 1980 a 1995 - não eram suficientes para o setor. Mais tarde, Giustino mudou o nome da empresa para Centro Brasileiro de Cursos e passou a oferecer cursos de contabilidade e secretariado informatizados com foco na classe média, os primeiros na categoria "livre" no País.
Em 2003, uma nova mudança na empresa. Após atingir 42 unidades, e com os professores montando diversas sedes pelo Brasil, ele transformou a marca em uma franquia que hoje atua em Botucatu, tem uma taxa de franquia de R$ 25 mil a R$ 50 mil e lucro líquido de R$ 165 mil a R$ 250 mil.
Quando perguntado sobre as semelhanças entre o empresário que hoje tem 150 unidades de sua escola profissionalizante espalhadas pelo País e o adolescente de 12 anos que queria ganhar seus primeiros trocados, ele responde: o empreendedorismo.
"Eu tenho essa veia do empreendedor mesmo. Nunca gostei de trabalhar como empregado", afirmou Giustino. "A ousadia também é necessária. Não pode ser medroso no mundo dos negócios. Tem que ser atirado e não pode ter medo".
"E mais importante: tem que planejar e visualizar o futuro", completa o empresário.
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