Parlamentares têm pauta controversa no horizonte pós-Carnaval
Em meio a um clima tenso, em que o governo tenta reatar sua relação com sua base parlamentar, deputados e senadores têm pela frente uma pauta polêmica e extensa pós-Carnaval que inclui propostas prioritárias para o Palácio do Planalto, caso das medidas provisórias com alterações em benefícios previdenciários e trabalhistas.
Segundo o líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), parte do esforço para aprofundar o diálogo de aliados com o Executivo terá início na terça-feira da próxima semana, quando ministros diretamente envolvidos com os temas das duas MPs devem se reunir com líderes da base.
"Já vamos ter um reunião para ir aprimorando as medidas provisórias. Qual é a ideia? Abrir espaço para a negociação", disse o deputado.
Editadas pelo governo sob a justificativa de que corrigem distorções, as MPs 664 e 665 restringem o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários.
Alvejadas por críticas de centrais sindicais e até mesmo de integrantes da base, as medidas ainda têm uma longa tramitação pela frente. De início, precisam ser analisadas em comissões mistas, ainda não criadas em virtude da indefinição de blocos e da proporcionalidade no Senado. [nL1N0VN1KL]
A expectativa é que sejam definidas após o feriado, quando serão eleitos os presidentes das comissões de cada MP e escolhidos os relatores.
De acordo com o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), a tendência é que PMDB e PT, as duas maiores bancadas da Casa, fiquem com a relatoria das MPs ou as presidências das duas comissões mistas.
RETORNO
Também na próxima terça-feira deve ocorrer uma sessão do Congresso Nacional para votar vetos presidenciais e ainda a Lei Orçamentária de 2015.
Antes disso, está prevista a primeira reunião do PMDB da Câmara, bancada que já trouxe dores de cabeça e derrotas em votações ao Palácio do Planalto e conta com um novo líder, Leonardo Picciani (RJ).
Ligado ao líder anterior da bancada e atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), Picciani apoiou o candidato de oposição Aécio Neves (PSDB-MG) na eleição presidencial.
Os parlamentares têm ainda pela frente, a partir de março, uma série de encontros com ministros --todos os 39 foram convidados para comissões gerais no plenário da Câmara dos Deputados-- para discutir os assuntos de cada pasta.
A estreia ficará por conta do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, que irá ao Congresso no dia 4 de março, pela manhã, num momento em que o país enfrenta uma grave crise hídrica que coloca em risco o abastecimento de energia.
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