Deputado nega que comissão irá caçar "fantasmas" na Assembleia Eduardo Botelho afirma que grupo irá propor apenas redução dos gastos da Casa
O deputado estadual Eduardo Botelho (PSB) afirmou que a Comissão Especial de Reforma Administrativa da Assembleia Legislativa não terá como foco caçar “funcionários fantasmas”.
Botelho é o presidente da comissão, que ainda é composta por Emanuel Pinheiro (PR), Wilson Santos (PSDB), Dilmar Dal’Bosco (DEM) e Leonardo Albuquerque (PDT).
Segundo ele, a comissão preferiu sugerir à Mesa Diretora que demitisse todos os comissionados para que se evite “perder tempo” no assunto. Ao todo, foram 859 servidores exonerados, no início do mês.
"Se fôssemos avaliar se existe ou não 'fantasma' na Assembleia, era preciso fazer uma espécie de sindicância. Mas nós não temos tempo para isso, temos apenas 60 dias para apresentar os trabalhos"
“Eu não estou olhando isso, porque a nossa função não é essa. Se fôssemos avaliar se existe ou não fantasma na Assembleia, era preciso fazer uma espécie de sindicância, mas nós não temos tempo para isso, temos apenas 60 dias para apresentar os trabalhos”, afirmou.
"Então, para acelerar o processo, sugerimos à Mesa Diretora que demitisse todos os comissionados. Agora, somente vamos chamar aqueles que forem imprescindíveis ao funcionamento da Casa", disse.
De acordo com Botelho, o foco da comissão será apresentar uma proposta que ajude a Casa a reduzir os gastos. O dinheiro da economia, que deve chegar a R$ 60 milhões, será revertido em emendas para os 24 parlamentares.
“O foco é a reforma administrativa voltada para a aplicação de gastos em todos os setores da Assembleia. Já estipulamos gastos com passagens áreas, combustível, gastos de cada gabinete. E, daqui 60 dias, vamos apresentar a proposta para o Colégio de Líderes”, disse.
Botelho afirmou ainda que deve se reunir, na próxima terça-feira (24), com os demais integrantes da comissão, para definir a base de informações que serão usadas no trabalho da comissão.
Inicialmente, a reunião estava agenda para a última quarta-feira (18), mas a maioria dos deputados ainda está em viagem.
Surpresas
O deputado do PSB afirmou que uma das surpresas do início dos trabalhos foi o pagamento de URV (Unidade Real de Valor) a alguns servidores, por determinação judicial.
“Existem acordos judiciais que temos que respeitar. Um deles, que não sabíamos e tomamos conhecimento depois que chegamos aqui, foi a questão da URV. A Assembleia fez um acordo para começar a pagar a partir de fevereiro e temos que cumprir. E só isso já gera um custo de quase R$ 4 milhões mês”, afirmou.
Segundo Eduardo Botelho, os altos valores pagos no mês de janeiro levantaram suspeitas de “supersalários”.
“Quando pegamos os salários pareciam proventos, porque tinha lá os valores de, por exemplo, R$ 71 mil e não tinha mais nenhuma informação. Depois, descobrimos que nesses proventos estavam incluso o URV, férias etc. São salários altos, mas não tanto assim e são legais, determinados pela Justiça”, disse.
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