Depois de um mês da explosão de um dos muros da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, a Polícia Civil já ouviu 36 pessoas no inquérito que investiga a fuga de 35 presos. O prazo para concluir o inquérito sobre este caso terminaria nesta quinta-feira (10), no entanto, o delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Gianmarco Paccola Capoani, responsável pela investigação, pediu prorrogação por mais 30 dias para ouvir os funcionários que estavam de plantão, no dia 20 de agosto, data da explosão.
“Tem várias perícias ainda para serem concluídas e alguns atos que envolvem ordens judiciais. Então tudo isso nós estaremos trabalhando nos próximos dias e esperamos concluir os trabalhos, pelo menos, de uma forma principal nos próximos 30 dias”, ressaltou o delegado.
O buraco no muro da Penitenciária Central do Estado foi aberto com explosivos e 35 presos conseguiram escapar, sendo que 13 foram recapturados no mesmo dia, mas apenas três foram detidos nos últimos 30 dias. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário de Mato Grosso, João Batista de Souza, nenhuma medida foi tomada para reforçar a segurança da unidade e evitar novas fugas.
“Não existe uma unidade no estado de Mato Grosso que tenha segurança suficiente para garantir a custódia dos reeducandos. A penitenciária seria considerada de segurança média e já demonstrou que de média não tem nada”, pontuou Souza.
Um agente penitenciário, que prefere não se identificar, contou que a explosão da muralha da PCE já tinha sido anunciada cinco meses antes. A informação teria sido repassada ao serviço de inteligência do presídio. “A todo momento chegava denúncias que eles iam explodir o muro. Tem parede lá que é praticamente uma casca de ovo porque os detentos já corroeram tudo”, relatou.
Por outro lado, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH) informou que recebe todos os dias informações sobre fugas em presídios e que apura os dados, tomando as medidas necessárias. Quanto à melhoria da estrutura, informou apenas que diversas obras estão sendo realizadas, como a reforma do presídio da Mata Grande, em Rondonópolis, a 218 quilômetros da capital.
Novas fugas
Nos últimos 10 dias mais detentos conseguiram escapar do sistema penitenciário mato-grossense. No último domingo (16), 20 presos fugiram da Penitenciária Regional, em Rondonópolis. Eles teriam usado uma barra de ferro para fazer um buraco no muro. Cinco deles foram recapturados. Um dos problemas estaria na vigilância, que deveria ser feita em seis torres.
No mesmo final de semana, houve uma tentativa de fuga no Presídio Capão Grande, em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. Na ocasião, três homens tentaram explodir o muro da unidade, mas foram impedidos por policiais militares e agentes penitenciários. Ninguém foi preso.
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