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Quarta - 11 de Março de 2015 às 18:32

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Paulo Melo/G1
Para Aécio, presidente da República não tem mais  condições de 'andar pelas ruas do país'.
Para Aécio, presidente da República não tem mais condições de 'andar pelas ruas do país'.

O senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, afirmou nesta quarta-feira (11), em entrevista no Congresso Nacional, que os protestos contra o governo e as vaias recentes à presidente Dilma Rousseff revelam que a petista está “sitiada” e não pode mais “andar pelas ruas” do país. Nesta terça (10), Dilma foi hostilizada ao visitar estandes da 21ª Edição do Salão Internacional da Construção, em São Paulo.

“Uma presidente que participa de uma inauguração sem público e é vaiada é como se fosse convidada para um jantar na casa de alguém correndo o risco de os garçons vaiarem. Temos hoje uma presidente sitiada, que não pode andar pelas ruas do Brasil”, declarou o tucano, que foi derrotado por Dilma na eleição presidencial do ano passado.

Para Aécio, a presidente “paga o preço pela mentira e pela arrogância”. “Quantas vezes durante a campanha eleitoral eu disse à presidente Dilma: ‘peça desculpas ao Brasil pelo descalabro na Petrobras’. E ela dizia: ‘nada acontece na Petrobras’. Quantas vezes eu disse: ‘admita que a inflação não está sob controle’ e ela dizia que estava sob controle”, exemplificou.

Antes das vaias no evento em São Paulo, uma manifestação de protesto contra o governo já havia deixado o Palácio do Planalto em alerta. No domingo (8), durante pronunciamento de Dilma em cadeia nacional de rádio e TV, houve panelaço, gritos e vaias em diversas cidades do país.

Na sessão do Congresso Nacional desta quarta-feira, deputados da oposição discursaram na tribuna em defesa dos protestos e criticaram a presidente Dilma. Já senadores e deputados do PT classificaram as manifestações de “golpistas”.

Impeachment

Apesar das críticas à chefe do Executivo, Aécio Neves afirmou na manhã desta quarta-feira que o pedido de impeachment contra Dilma "não está na agenda do PSDB". No entanto, ao final de encontro da Executiva Nacional do partido, em Brasília, o partido divulgou nota em que manifesta "irrestrito apoio" aos protestos contra o governo de Dilma.

"Nós não proibimos e nem estamos proibidos de dizer a palavra impeachment, ela apenas não está na agenda do PSDB", disse Aécio. "Agora, desconhecer que setores da sociedade defendem essa tese, é desconhecer a realidade. Mas essa não é a agenda, neste momento, do PSDB", complementou.

"O que nós combatemos é o estelionato eleitoral. Um governo que agora toma medidas absolutamente no campo oposto daquelas que defendia durante a campanha eleitoral", ressaltou o senador.

Ao comentar o "panelaço" e as manifestações previstas para o próximo domingo (15) em diversas cidades, Aécio disse que os protestos estão sendo organizados "de forma apartidária por vários setores da sociedade brasileira."

Após o protesto, o PT divulgou texto em que o secretário de comunicação do partido, José Américo Dias, e o vice-presidente e coordenador das redes sociais da legenda, Alberto Cantalice, disseram que os vídeos que convocaram o "panelaço" indicam que a mobilização foi financiada pela oposição.

"Tem circulado clipes eletrônicos sofisticados nas redes, o que indica a presença e o financiamento de partidos de oposição a essa mobilização", afirmou José Américo. "Mas foi um movimento restrito que não se ampliou como queriam seus organizadores."

Aécio também aproveitou a ocasião para criticar "setores da vida nacional" que, segundo Aécio, querem dizer "apenas por interesses partidários sobre o que se pode ou não protestar".

"O Brasil vive no pleno estado de direito e o PSDB estará ao lado de milhares de brasileiros em todas as regiões do país com seus militantes, simpatizantes, com várias das seus lideranças participando dessa manifestação", afirmou.

Apesar de declarar apoio às manifestações, o tucano disse que não participará de nenhuma ação de rua no domingo. Conforme Aécio, a opção por não participar dos protestos foi feita "para não dar força a esse discurso de que estamos vivendo um terceiro turno no Brasil."





Fonte: Do G1

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