Ex-prefeito de Chapada culpa vice e vereadores por renúncia José Neves diz que não suportou suposto "conluio" de ex-aliado e de parte da Câmara Municipal
O ex-prefeito de Chapada dos Guimarães (67 Km ao Norte de Cuiabá), José de Souza Neves (PSDB), afirmou que um processo de “perseguição” por parte do vice e o atual prefeito, Lisu Koberstain(PMDB), e de parte da Câmara Municipal o fez renunciar ao mandato, nesta semana.
A renúncia foi protocolada no Legislativo município na manhã de quinta-feira (12).
Segundo Neves, a constante instabilidade política não iria permitir a implementação de seu programa de Governo, anunciado em 2012, quando disputou a Prefeitura contra outros quatro candidatos.
“Fui afastado por um longo período e isso inviabilizou o compromisso que tinha com a sociedade de Chapada. Em função disso, não tem mais sentido continuar à frente da Prefeitura. Agora, eu é que "Fui afastado por um longo período e isso inviabilizou o compromisso que tinha com a sociedade de Chapada. Em função disso, não tem mais sentido continuar à frente da Prefeitura" não quero mais continuar nesse mandato, em função do tempo que me foi roubado injustamente”, afirmou o ex-prefeito ao MidiaNews, por telefone.
Neves acusou Koberstain de, em conluio com os vereadores, agirem para inviabilizar seu mandato.
Segundo o ex-prefeito, enquanto esteve afastado, o peemedebista nomeou diversos parentes dos vereadores para o primeiro escalão da Prefeitura de Chapada.
“A Câmara Municipal me afastou em todas as oportunidades que teve. E o que existe, hoje, em Chapada é um conluio. Isso é nitidamente observado, a sociedade sabe disso, o Ministério Público sabe disso”, afirmou.
“Um exemplo é o presidente da Câmara, Joair Siqueira, que tem o irmão, Vagner Siqueira, como secretário municipal de Obras. O vereador Benedito Edmilson de Freitas tem um filho, que é diretor-presidente do Serviço de Água de Chapada. A Rodoviária da cidade, que, por sinal, está uma calamidade, é administrada pela vereadora Cassilda, a Cidú”, disse.
José Neves preferiu não falar em nepotismo e classificou as nomeações de Lisu como “imoralidade”.
“É um verdadeiro conluio que existe no município, aos olhos do Ministério Público. Então, obviamente, esses vereadores citados não queriam que eu retornasse à Prefeitura, querem manter o status quo, os cargos dos parentes deles”, afirmou.
“Eles foram todos nomeados pelo LIsu, para manter o apoio dos vereadores. É quase uma compra de apoio, para não se falar em nepotismo. No mínimo, é uma imoralidade. Ora, eu não participo de conluio, não tenho esse perfil político, não sou político carreirista”, disse.
Abandono
Para José Neves, Chapada dos Guimarães está “abandonada”. Segundo ele, na última vez que assumiu o comando da prefeitura, encontrou falta de matérias nas creches e de alimentos no Lar da Criança.
"A Câmara não me deu sossego nenhum segundo. Era uma perseguição sistemática, sem trégua. Então, o desgaste emocional e físico, meu e da minha família, foi muito grande"
“Chapada está em uma situação de abandono. O cenário é desolador, catastrófico. Eu retornei, fiquei pouquíssimo tempo, mas, nesse período, tive oportunidade de visitar as secretarias e órgãos, e o cenário era muito preocupante”, afirmou.
“Uma secretária me confidenciou, desesperada, que faltava comida no Lar da Criança e no Hospital Santo Antônio, o único de emergência daqui. Algumas pessoas chegaram a doar, com dó dos plantonistas. Na Educação, também não tinha merenda escolar. Na Creche Municipal, encontrei funcionários desmotivados, falta de material, fora o aspecto que observamos na cidade, que é de lixo para todos os lados”, contou.
Futuro político
José Neves negou que essa seja uma saída da vida pública. No entanto, não pretende disputar um cargo eletivo em breve.
“Vou tirar um período de férias porque foram dois anos de perseguição. A Câmara não me deu sossego nenhum segundo. Era uma perseguição sistemática, sem trégua. Então, o desgaste emocional e físico, meu e da minha família, foi muito grande”, afirmou.
“Mas retorno, não saio da política. Sou chapadense. Vou contribuir com aquilo que for possível ao meu município. E espero que a Câmara tenha juízo e ajude nosso município”, completou.
Outro lado
O atual prefeito, Lisu Koberstain(PMDB), e o presidente da Câmara, Joair Siqueira (PSB), não foram localizados para falar sobre as declarações do ex-prefeito José Neves.
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