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Nacional
Sexta - 20 de Março de 2015 às 12:39

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Foto: (Foto: Fábio Tito/G1)

Cães se divertem em brincadeiras na água em creche para cachorros em São Paulo

Cães se divertem em brincadeiras na água em creche para cachorros em São Paulo

Para garantir o bem estar do animal de estimação, moradores de São Paulo chegam a pagar até R$ 730 de mensalidade para deixar os cães em creches especializadas. Casais sem filhos e pessoas solteiras que moram em apartamento e passam a maior parte do dia fora de casa são a maioria dos clientes que buscam o serviço, também conhecido como "day care".

O pacote inclui atividades recreativas e fisioterapia em piscinas externas e cobertas, brincadeiras ao ar livre, aulas de adestramento, refeição natural - sem ração, somente vegetais e carne fresca, e banho a seco diário.

Tudo pode ser acompanhado pelos donos pela internet por câmeras instaladas na maior parte dos ambientes. A frequência com que o cão vai para creche é uma escolha do dono. Alguns preferem intercalar os dias e fechar um pacote. Uma vez por semana, por exemplo, o valor médio é de R$ 242, segundo pesquisa feita pelo G1 em empresas na capital. Para cinco vezes por semana, o preço chega a R$ 730.

“Eles têm o cão como praticamente parte da família. Mesmo com períodos de crise, dificilmente a gente perde o cliente. Não é visto como um gasto supérfluo, é essencial”, disse Karine Yuki Yoshimori, sócia- proprietária de uma creche para cães na Zona Sul de São Paulo. O espaço de 800 metros quadrados recebe, em média, 70 animais por dia.

O cirurgião dentista Fernando Reis afirma que ter colocado a cadela dele na creche foi o maior investimento que já fez. “Gera menos estresse para a gente, a gente trabalha sem preocupação. É uma preocupação igual ao de um filho”, afirmou. Solteiro e sem filhos, ele buscou o espaço para que a cadela socializasse com outros animais, já que ela foi achada na rua.

A vendedora Dória Ambidil mora em um apartamento com uma Golden Retriver e um Labrador, que precisam de espaço para gastar energia. Por isso, decidiu colocá-los no day care de segunda a sexta-feira. “Aqui eles gastam energia. É como se eles passassem o dia todo na academia. Digamos que eu gasto mais com eles do que comigo, mas eu acho super válido”.

Creche versus hotel
Diferente de hotéis para cães, quando os animais passam alguns dias hospedados enquanto os donos estão fora de casa, a creche segue uma rotina diária, como a dinâmica de uma escola.

Há horário fixo de entrada e saída, e a programação é dividida entre atividades de condicionamento físico, brincadeiras, refeições e descanso, acompanhadas de monitores e treinadores.

Os cães ficam todos juntos e por isso é preciso passar por uma série de requisitos para poder ser aceito no espaço. Além de uma avaliação do comportamento do animal, a vacinação precisa estar em dia, os machos precisam ser castrados e as fêmeas não podem frequentar o day care no período do cio. Antes de irem para casa, eles são limpos com produtos a seco.

Nicho de mercado
Acertar no ponto é o primeiro passo para garantir o movimento na creche, segundo o sócio-proprietário de um espaço para day care, Luiz Felipe Silveira. Ele e o sócio decidiram abrir o próprio negócio há dois anos na Vila Mariana. “Eu percebi que na região não tinha nada desse tipo, mas muitos prédios e cães”, explicou.

Em uma casa alugada com 400 metros quadrados, eles atendem em média 35 cães por dia. “Nossa atividade principalmente é o day care, cerca de 90% do faturamento bruto, e a maior adesão é para os pacotes de cinco vezes por semana”, completou Silveira

Dona de uma creche instalada em Perdizes desde 2012, a empresária Cláudia Cavalcanti também aproveitou uma região da cidade que não oferecia o serviço. “São muitos prédios, com gente com muito cachorro. A gente concebeu o espaço pensando no day care, que representa 40% do nosso faturamento”. Para fidelizar o cliente, ela montou no mesmo imóvel um pet shop, hotel para cães, banho e tosa e clínica veterinária.

Não há dados nacionais sobre esse tipo de serviço, mas segundo o Instituto Pet Brasil, o gasto com cães pode chegar, mensalmente, é de cerca de R$ 315 para os donos de raças de grande porte, valor que inclui ração, vacinas, banho, tosa, controle de pulgas, entre outros cuidados. Já as raças pequenas não exigem mais de R$ 133.

A entidade, no entanto, afirmou que o número de pessoas interessadas no day care tem aumentado. A procura está relacionada, principalmente, pela falta de espaço para deixar os animais e de tempo dos donos para levá-los para passear, segundo o vice-presidente da unidade de comércio e serviços do instituto, Nelo Marraccini. “O gasto com animais de estimação já está inserido no orçamento familiar”, afirmou.

Para abrir uma creche para cães, é necessário ter alvará da Prefeitura. Em São Paulo, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, este tipo de estabelecimento precisa de cadastro na vigilância sanitária.

Perfil de quem busca a creche
Veja abaixo o perfil de quem busca os serviços:

Érica Moreira, engenheira, casada, sem filhos, dona do West Terrier Ozzy
“Depois que ele vem pra creche, ele fica mais tranquilo em casa e mais feliz. (...) Se ele está tranquilo, a gente fica tranquilo também. É como um filho”, explicou. Ozzy frequenta a creche de segunda a sexta-feira.

Maria José Mayer, advogada, casada, tem filhos adultos, dona de 2 Border Collie
“Dois Border Collie em um apartamento não dá certo. Elas precisam gastar energia. Eu gosto de vê-las felizes, e elas ficam felizes. Isso é muito bom pra mim e para o meu marido”, contou. As cadelas frequentam a creche três dias na semana. "É muito parecido com criança. Tem que ter disciplina, alimentação correta", completou.

Fernando Reis, cirurgia dentista, solteiro, sem filhos, dono de uma vira-lata
“Gera menos estresse para a gente, a gente trabalha sem preocupação. Eu falo para todos os meus amigos investirem na creche. É uma preocupação igual ao de um filho”. A cadela frequenta a creche três dias na semana. “Foi um dos melhores investimentos que eu já fiz", afirmou o cirurgião dentista.

José Eduardo Cantarino, analista de negócios, casado, sem filhos, dono da Pipa
"A Pipa tem muita energia, então aqui ela cansa, consegue gastar muita energia e tem a interação com os outros cães. Isso faz com que ela seja mais sociável em casa com outros cães. Ela teve uma mudança muito grande no comportamento depois que ela começou a frequentar a creche". A cadela da raça Basset frequenta a creche três vezes na semana.

Dória Ambidil, vendedora, solteira, sem filhos, dona de uma Golden e um Labrador
“Aqui eles gastam energia. É como se eles passassem o dia todo na academia. Digamos que eu gasto mais com eles do que comigo, mas eu acho super válido”, afirmou. Os cães vão de segunda a sexta-feira na creche.





Fonte: G1

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