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Internacional
Segunda - 23 de Março de 2015 às 07:50

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O presidente Barack Obama concedeu uma entrevista exclusiva ao The Huffington Post. Em conversa ao jornalista Sam Stein, Obama falou pela primeira vez sobre as eleições em Israel, revelou desapontamento com Netanyahu e comentou as negociações com o Irã para pôr fim a seu programa nuclear.


Apesar do peso das revelações políticas, a parte mais curiosa da entrevista diz respeito à forma com que Obama lida com as pressões da Sala Oval.

O presidente disse que fazer as refeições com suas filhas é o melhor instrumento para manter os pés no chão, e reconheceu que dorme muito menos que deveria. Leia, abaixo, trechos da entrevista, disponibilizada integralmente aqui.

***

Sam: Em seu sétimo ano na Presidência, o que o senhor aprendeu em relação a administrar o estresse do cargo?

Obama: Olha, a verdade é que tenho sorte, por inclinação e temperamento, de ser bastante calmo...

Raízes havaianas?

Sim, exatamente. Acho que é isso, provavelmente – clima bom e praia.

Como hoje.

Não me excito demais nem me deprimo. Me exercito regularmente de manhã. Isso ajuda. Mas acho que o mais importante – passo tempo com a família regularmente. Quando você janta com suas filhas, especialmente filhas adolescentes, elas te põem no seu lugar e te ensinam uma coisa ou outra sobre perspectiva.

Mas acho que o mais importante seja olhar as coisas no longo prazo. Vivemos num mundo 24/7, com Twitter, um ciclo constante do noticiário, e tudo é uma crise e...

O senhor não está no Twitter.

Bem, não estou. Mas tudo é crise. Tudo é terrível. Tudo é o dia do julgamento final. Se você não resolver amanhã sua presidência vai sair dos trilhos.

Veja, houve – o que? – 15, 20 coisas nos últimos sete anos que as pessoas disseram: pronto, acabou.

Tivemos o derramamento de petróleo no Golfo (do México), pior desastre ambiental da história. Tudo mundo disse: ah, ele está lidando muito mal com isso. Um ano depois, ninguém mais falava do assunto e, em retrospecto, nossa resposta foi tão boa quanto qualquer outra quando se fala de uma crise ambiental.

Lembra do Ebola? Obviamente ainda é um problema sério, temos de chegar a zero, mas foi provavelmente uma das respostas de saúde pública mais eficazes da história, e ela foi liderada por nós.

Se não tivéssemos feito nada, (o Ebola) ainda estaria assolando (o mundo) e todos estaríamos correndo risco.

Então acho que essas experiências te lembram que minha função é manter os olhos na bolha e manter a concentração no que podemos fazer todos os dias para avançar a visão e os valores que me trouxeram aqui.

O que posso fazer para que as famílias de classe média se sintam mais seguras; que estejamos trabalhando com nossos parceiros internacionais para criar mais ordem numa época de muito caos; como lidar com o terrorismo de modo que seja consistente com nossos valores.

Se eu estiver focado nesse norte, tendo a não me irritar.

Me pergunto quantas horas de sono o senhor dorme por noite.

Provavelmente não o suficiente.

Foi o que imaginei.

O que posso dizer é que, quando as pessoas saem do governo e as vejo seis meses depois, elas têm um brilho especial pós-governo. (Risadas.) Elas estão ótimas. Espero que também aconteça comigo.

Há esperanças para o senhor. Obrigado, presidente.





Fonte: Brasil Post

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