Governo retomará 'nos próximos dias' concessão de aeroportos, diz Barbosa União apresentará propostas para aeroportos das capitais de BA, RS e SC.
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, informou nesta segunda-feira (23) que o governo pretende apresentar nos próximos dias propostas de concessões para a iniciativa privada dos aeroportos de Salvador, Florianópolis e Porto Alegre.
“O ministro [Eliseu] Padilha está trabalhando na nova rodada de concessões de aeroportos e, como a presidente [Dilma Rousseff] já colocou, devem ser os de Salvador, Florianópolis, Porto Alegre. Vamos apresentar formalmente as propostas ao setor privado e à sociedade como um todo nos próximos dias”, afirmou Barbosa em entrevista coletiva concedida ao lado dos ministros Kátia Abreu (Agricultura) e Gilberto Kassab (Cidades) após reunião do núcleo de coordenação política do governo.
Há cerca de duas semanas, ao inaugurar obras do Porto do Futuro, no Rio de Janeiro, a presidente defendeu publicamente as concessões dos aeroportos e afirmou que o governo estuda “várias alternativas” para conceder, além de aeroportos, ferrovias e hidrovias.
Ao falar sobre as concessões, Dilma citou a necessidade de um "novo mapa logístico" para o país. “Uma das mais importantes consequências disso será um surgimento de um novo mapa logístico, uma nova configuração da logística no Brasil. E a implantação de várias alternativas, a racionalização de custos e a racionalização, também, dos transportes pelo Brasil afora", declarou a petista na ocasião.
Cortes no orçamento
Em meio à entrevista, a ministra da Agricultura relatou que, no encontro desta segunda-feira do núcleo de coordenação política, Dilma pediu que os integrantes do primeiro escalão façam uma relação dos programas prioritários de cada pasta para que ela tenha condições de definir “pessoalmente” o que será cortado do Orçamento da União de 2015. O valor a ser cortado ainda não foi divulgado.
Segundo Kátia Abreu, que participou de reunião, o corte não será “cego”. “A presidente foi enfática ao dizer que (...) os ministérios deverão levantar as prioridades máximas que ela, pessoalmente, vai avaliar as prioridades de cada ministério. Não será um corte pura e simplesmente cego”, disse Kátia.
"Os programas prioritários deverão ser avaliados por ela e escolhidos por ela pessoalmente antes dos cortes”, acrescentou.
O governo iniciou neste ano processo de ajuste fiscal para reduzir gastos e reequilibrar as contas públicas. O bloqueio, tecnicamente denominado "contingenciamento", conforme o Ministério do Planejamento, consiste em retardar ou "inexecutar" parte da programação de despesas prevista na Lei Orçamentária em função da insuficiência de receitas.
Comunicação do governo
Ao destacar os pedidos feitos por Dilma durante a reunião de coordenação política, Barbosa, Kátia Abreu e Kassab ressaltaram que a presidente enfatizou ser importante que os ministros adotem a mesma linguagem ao abordar alguns temas quando forem falar à imprensa.
Na primeira reunião ministerial do segundo mandato, em janeiro, Dilma pediu aos ministros que “travem a batalha da comunicação”, “reajam aos boatos” e defendam o governo.
“É importante registrar que, além de alguns aspectos, algumas metas foram traçadas [na reunião desta segunda]. Principalmente, na questão da comunicação [do governo] com a sociedade, para que os ministros possam – em relação aos principais temas tratados pelo governo – ter a mesma linguagem, a mesma estratégia de comunicação. Muitas vezes, vemos em um só dia dois ministros falando de um mesmo tema”, observou Barbosa.
Coordenação política
Esta é a terceira semana consecutiva que Dilma Rousseff reúne seus principais conselheiros políticos em uma reunião para discutir o cenário político e a crise econômica. Além do vice-presidente Michel Temer, integram o grupo ministros do PT, do PMDB, do PSD e do PCdoB.
Nesta segunda-feira, além de Kassab, Barbosa e Kátia Abreu, participaram da reunião os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Jaques Wagner (Defesa), Eduardo Braga (Minas e Energia), Eliseu Padilha (Aviação Civil).
Na última segunda-feira (16), o encontro de coordenação política serviu para avaliar as manifestações que, na véspera, haviam levado milhares às ruas para protestar contra o governo e pedir o fim da corrupção no país.
Defesa de Mercadante
Na entrevista coletiva, os ministros da Agricultura, do Planejamento e das Cidades defenderam o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que tem sido, nas últimas semanas, alvo de críticas por conta de sua atuação na articulação política do Palácio do Planalto.
Kátia Abreu, Nelson Barbosa e Gilberto Kassab destacaram a atuação do colega da Esplanada dos Ministério à frente de processos de interesse do governo e nas negociações de projetos de interesse do Executivo que tramitam no Congresso Nacional.
Conforme mostrou o Blog do Camarotti, a presidente já sinalizou internamente que não pretende trocar o chefe da Casa Civil. Ainda de acordo com o blog, o grupo político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apostava que, com a saída de Cid Gomes do Ministério da Educação, Mercadante seria deslocado para o MEC.
“O ministro Mercadante participou da reunião, e a posição [do governo] ficou clara pela presidenta Dilma há dez dias, quando fizeram ilações em relação à suposta alteração dentro do governo. A presidenta já falou sobre o tema e não se fala mais nisso”, disse Kassab.
“O que existe é justamente um trabalho coletivo de todos. O ministro Mercadante participa desse trabalho de participar do núcleo do governo, é um dos principais ministros do governo e continua com suas atribuições. Neste momento, a constituição das abordagens políticas e técnicas seguem um modelo do qual o ministro Mercadante participa”, complementou Kátia Abreu.
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