Testemunha reitera que Marchetti pediu 10% em propina para campanha eleitoral
Foto: Reprodução
O empresário Pérsio Briante reiterou que o ex-secretário de Infraestrurura Vilceu Marchetti, já falecido, pediu propina de 10% do valor dos valores envolvidos nas operações do programa “Mato Grosso 100% Equipado” para serem investidos na campanha eleitoral de 2010. A declaração foi feita em depoimento a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Santos Arruda, na tarde desta terça-feira (24), no processo conhecido como “Escândalo dos Máquinários”.
“O Governo pediu para dar 10% do dinheiro para campanha eleitoral em 2010”, afirmou o empresário, que era dono da Extra Caminhões, firma que forneceria caminhões ao Estado na época, em 2009. Pérsio, que inicialmente era delator e agora é testemunha de acusação, já havia afirmado em outras ocasiões que Marchetti era o responsável por fazer os pedidos de dinheiro aos empresários em nome do então governador Blairo Maggi (PR), atualmente senador.
Pérsio ainda confirmou que participou do acerto do esquema para poder vender os caminhões, mas negou veementemente pagar os 10%. “Nem morto eu iria dar os 10%. Enganar o Vilceu Mrchetti era uma alegria”, pontuou. Ele também negou ter superfaturado o preço dos caminhões, tendo justificado os preços altos pelo fato da empresa ser pequena. “P ara mim é mais ou menos como vendedor de laranja na feira, é muito difícil”, completou.
A denúncia oferecida pelo MPE investiga 12 nomes: Geraldo Aparecido De Vitto Júnior (ex-secretário de Administração), Ricardo Lemos Fontes (Cotril Máquinas e Equipamentos Ltda.), José Renato Nucci (Tork Sul Comércio de Peças e Máquinas Ltda.), Valmir Gonçalves de Amorim (Dymak Máquinas Rodoviárias Ltda.), Marcelo Fontes Corrêa Meyer (Tecnoeste Máquinas e Equipamentos Ltda.), Otávio Conselvan (Auto Sueco Brasil Concessionária de Veículos Ltda.), Sílvio Scalabrin (Môncaco Diesel Caminhões e Ônibus Ltda.), Rui Denardim (Môncaco Diesel Caminhões e Ônibus Ltda.), Harry Klein (Iveco Latin América Ltda.), Rodnei Vicente Macedo (Rodobens Caminhões Cuibá S/A), David Mondin (Torino Comercial de Veículos Ltda), Valter Antônio Sampaio (servidor público).
O grupo de empresários é acusado de fraude à licitação e fraude processual. Na denúncia, o MPE destaca que a aquisição de caminhões e maquinários por parte do Governo do Estado atingiu a soma de R$ 245 milhões e a propina fixada para o favorecimento de determinadas empresas no procedimento licitatório foi estimada no valor de R$ 12,2 milhões, considerando 5% do valor da aquisição.
Blairo Maggi e Éder Moraes passaram de réus para testemunhas ao serem absolvidos em março de 2014 por provarem não terem conhecimento do esquema.
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