Polícia investiga homem que fingia ser ex-baterista de Elton John José Carrara dizia ser Charlie Morgan, ex-baterista do cantor. Falsário procurou a polícia dizendo ter sido assaltado na Zona Oeste.
A Polícia Civil de São Paulo investiga os possíveis crimes praticados por um homem de 54 anos, morador de Pirituba, na Zona Oeste, que se passava por músico inglês na cidade. José Eduardo Carrara, de 54 anos, procurou a Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom) na manhã do dia 17 de março dizendo ser Charlie Morgan, ex-baterista do cantor Elton John.
Falando em inglês, o rapaz revelou ter sido vítima de assaltado na estação Palmeiras Barra-Funda do Metrô.
Segundo o delegado titular da Delpom, Cicero Simão da Costa, o relato foi considerado incialmente verdadeiro pelos policiais que registraram a ocorrência – ainda que, de acordo com o delegado, em depoimento, o suposto baterista tenha afirmado ser filho do cantor e compositor Alice Cooper e de Reginald Kenneth John – nome de registro de Elton John.
No boletim, o então Charlie conta que dois homens armados o perseguiram de moto e o assaltaram em frente à estação. Os ladrões teriam levado um relógio da marca Rolex, a quantia de 8 mil libras e o passaporte do suposto astro.
“Em um primeiro momento [a história] parecia verdadeira. Ele veio falando em inglês, mas no próprio plantão, os policiais que falam a língua desconfiaram da versão dele. Não batia que o baterista de um cantor famoso estaria com toda essa quantia, portando um Rolex, pegando o Metrô”, explica o delegado.
Ocorrências
Costa ainda revela a polícia acionou a embaixada britânica, o consulado britânico e a Polícia Federal para saber se o músico realmente tinha entrado no país. Horas depois, os investigadores descobriram outros três boletins de ocorrência, registrados em maio, junho e novembro de 2014, em nome de Charlie Morgan.
Uma das antigas ocorrências era de furto, outra roubo e, na terceira, o falsário dizia ter sido ameaçado por um sul-africano no Centro da capital. “A única coisa que não batia era a data de nascimento. Eram três registros diferentes: 1960, 1970 e 1975 e os endereços que ele dava eram fictícios da Inglaterra.”
O delgado explica que em um dos boletins, porém, havia a indicação de um endereço na região da Lapa. A polícia foi ao local e descobriu que se tratava da residência do irmão de Carrara.
O parente confirmou aos policiais que Carrara tinha problemas, e informou que o falso músico morava em Pirituba. “Na casa dele, a esposa e o filho falaram que ele morava no local, mas que ele sumia, dava uns perdidos e usava esse nome inglês.”
Para conseguir localizar Carrara, os policiais armaram uma emboscada na última sexta-feira (20). “Conseguimos o celular dele e nos passamos por empresários de música. Perguntamos se ele poderia participar da abertura de um evento. Ele aceitou e combinamos o endereço. Ele veio horas depois do marcado, mas conseguimos pegá-lo.”
Na delegacia, de acordo com Costa, Carrara disse que se passava por baterista, e criava situações de assalto para atrair mídia.
Ele foi indiciado por crime de falsidade ideológica e falsa comunicação de crime. A polícia agora investiga se o rapaz também teria cometido estelionatos, uma vez que ele revelou se apresentar em escolas e eventos como baterista.
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