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Internacional
Sexta - 03 de Abril de 2015 às 15:46

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De um ano para cá, a discussão sobre a esclerose lateral amiotrófica (ELA) teve grande destaque na mídia, para alegria dos portadores da doença e familiares que lutam pela pesquisa de novos tratamentos.

Primeiro, foi o incrível – e polêmico – fenômeno do meme do “Ice Bucket Challenge” em meados de 2014, quando se multiplicaram os vídeos de celebridades que tinham um balde de gelo jogado sobre a cabeça e desafiavam outras três pessoas a fazerem o mesmo ou doarem 100 dólares para uma ONG que luta pela conscientização sobre a ELA. Geralmente, eles faziam as duas coisas, seja por verdadeira comoção ou por sua imagem pública.

O assunto voltou à tona com o lançamento da cinebiografia sobre o físico e cosmólogo Stephen Hawkings, portador da doença há mais de 50 anos, contrariando a baixa expectativa de vida dada pelos médicos.

Ainda mais porque, na pele do cientista britânico em “A Teoria de Tudo” (2014), Eddie Redmayneganhou o Oscar de melhor ator. Nesta mesma edição, Julianne Moore finalmente recebeu a sua estatueta por sua protagonista diagnosticada com o mal de Alzheimer em “Para Sempre Alice” (2014), filme dirigido por Richard Glatzer, junto com seu parceiro Wash Westmoreland – este, falecido no último dia 10 de março, justamente por complicações da ELA.

Produzido antes desses dois filmes, mas estreando no Brasil somente agora, “Um Momento Pode Mudar Tudo” (2014) tem o seu foco na relação que se estabelece entre Kate (Hilary Swank), uma designer e pianista clássica diagnosticada com esclerose lateral amiotrófica, e sua nova cuidadora e compositora frustrada, Bec (Emmy Rossum), que não tem talento nem para exercer a sua função, nem para se encontrar em sua vida amorosa e profissional. Uma amizade inusitada que se fortalece quando o relacionamento da paciente, aparentemente perfeito, com o seu marido Evan (Josh Duhamel) manifesta uma crise.

Como já dá para perceber, a produção segue o caminho já trilhado por “Intocáveis” (2013), com a diferença que o grande sucesso francês apostava num tom de comédia e mais humanidade aos seus personagens, enquanto este investe no melodrama.

O segundo filme de George C. Wolfe, premiado diretor da Broadway que estreou no cinema com a adaptação de um romance de Nicholas Sparks, “Noites de Tormenta” (2008), é aquele caso em que o público sabe que será manipulado para chorar, dependendo muito do espírito de cada espectador em querer mergulhar na história e se emocionar com ela ou não.

O roteiro assinado por Shana Feste e Jordan Roberts, uma adaptação do livro de Michelle Wildgen, prefere as opções mais fáceis enquanto trama e também no desenvolvimento dos personagens. Neste sentido, as atrizes principais e um elenco, em geral, correto ajudam a tornar esses tipos humanos mais reais.

A atuação de Hilary Swank não é digna de prêmio, mas o que ela consegue fazer a partir do material relembra porque a atriz tem duas estatuetas do Oscar em casa – uma por “Meninos Não Choram” (1999) e a outra por “Menina de Ouro” (2004). Swank dá vida ao papel não é só nos efeitos da progressão da doença, indo da restrição dos movimentos à alteração da respiração e da fala, mas principalmente nos pequenos detalhes da luta da personagem entre a resignação e inconformidade, como nos olhares.

Emmy Rossum tem nas mãos um tipo muito parecido, mas não tão desenvolvido quanto sua protagonista na série norte-americana “Shameless” (2011-). Bec se torna mais interessante quando deixa de ser apenas um estereótipo de garota desajustada, se acalma e mostra porque se comporta assim e como é mais do que isso.

Para quem conhece o talento musical da atriz desde “O Fantasma da Ópera” (2004), entre outros trabalhos, e deve estar se perguntando se ela canta neste filme, pelo perfil de sua personagem, a resposta é sim. Mas Emmy solta sua voz apenas uma vez e na cena conjunta com os créditos finais do filme.

*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb





Fonte: Do Cineweb, via Reuters*

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