Fogo destrói mais de 100 barracos em comunidade do Recife
A Defesa Civil do Recife começou a cadastrar as famílias que perderam as moradias no incêndio que atingiu a comunidade do Plástico, no bairro de Campo Grande, Zona Norte do Recife, nesta segunda-feira (6). O Corpo de Bombeiros informou que todos os barracos foram destruídos pelas chamas; estima-se que havia mais de cem casebres na localidade. Apesar do susto, ninguém ficou ferido. O fogo já foi controlado, segundo a corporação.
Oito viaturas e 160 mil litros de água foram usados no combate ao incêndio. Uma viatura de busca e salvamento e mais cinco de resgate também foram enviadas à região. Quatro pessoas foram atendidas por terem passado mal, mas nenhuma tinha queimaduras. Ao todo, 70 bombeiros participaram da ação, que contou com o apoio da Polícia Militar e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O cadastro começou por volta das 13h, na Escola Municipal Mário Melo. Parte das aulas teve que ser suspensa devido ao serviço. Às 14h30, a equipe do G1 esteve no local e constatou uma longa fila grande formada por moradores. A Guarda Municipal estava no local para conter possíveis tumultos. Muitos estavam nervosos e carregavam apenas documentos que sobraram da tragédia.
O servente Diego Farias levava no bolso apenas a carteira. "Ligaram para mim falando do incêndio e vim correndo, por causa do meu filho. Ele tem cinco anos e estava na casa da minha irmã, que também perdeu o barraco. O que levei cinco anos para construir foi destruído em meia hora", lamentou.
O ajudante de pedreiro Magno Nascimento foi uma das poucas pessoas que ainda salvaram mais que documentos. Ele conseguiu pegar o botijão de gás, a televisão, um cachorro e uma iguana de estimação. "Eu pensei logo no botijão porque eu vi um explodindo, e uma das partes quase me acerta, então quis levar o meu para não piorar o incêndio", contou.
Os moradores contaram à reportagem que a comunidade foi erguida após uma invasão ocorrida há cerca de cinco anos. A serviços gerais Jéssica Maria da Mata afirmou que estava na noite da ocupação e, com a ajuda do irmão, levantou o barraco de madeira onde atualmente morava com o filho Rhian, de um ano. "Estava trabalhando e me avisaram, pensei logo nele. Ainda bem que saímos vivos, agora resta saber para onde vamos. Eu só estou com a minha bolsa e ele, que só tem essa fralda", disse.
O secretário-executivo da Defesa Civil, coronel Cássio Sinormar, explicou que o cadastro vai informar quantas pessoas estão desabrigadas e, a partir disso, o órgão vai planejar o socorro aos desalojados. "Muitas famílias vão para casa de parentes e amigos, outras podem ser levadas para abrigos da prefeitura", explicou. Também serão distribuídos colchões e cestas básicas.
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